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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Simpósio das Conferências Episcopais da África e de Madagascar

SECAM: bem comum, respeito pelos direitos humanos e bom governo: elementos essenciais do evangelho


Cidade do Vaticano, 21 de Fevereiro de 2013


"Governança, bem comum e transição democrática na África" ​​é o título da carta pastoral preparada pelo Simpósio das Conferências Episcopais da África e de Madagascar (SECAM), organismo que reúne todos os bispos católicos do continente. A carta foi apresentada em Acra, Gana, pelo cardeal Polycarp Pengo, arcebispo de Dar es Salaam, Tanzânia, e presidente do SECAM.

A carta pastoral, que segue a linha da exortação apostólica pós-sinodal Africae munus, do papa Bento XVI, destaca que "a Igreja não pode permanecer indiferente e isolada em face dos actuais desafios sócio-políticos e económicos africanos" e recorda que "o bem comum, o respeito pelos direitos humanos e a promoção do bom governo são elementos essenciais da mensagem do evangelho".

Recordando a missão profética da Igreja, o texto afirma que "a justiça que os profetas exigem não é uma justiça abstrata; ela consiste em acções muito concretas e reais, que garantem a protecção do mais frágil contra o abuso, que satisfazem as necessidades dos pobres e que cuidam das pessoas socialmente desfavorecidas. Trata-se de dar a cada um o que Deus previu, sem distinções".

O documento aponta ainda a falta de postos de trabalho em muitos países africanos e observa que "o drama da migração, com um número crescente de jovens que arriscam a vida para deixar a África, reflecte a profundidade do mal-estar de um continente que não oferece condições propícias para o desenvolvimento dos seus filhos e filhas".

Também "a situação das mulheres é outra fonte de preocupação. O SECAM afirma que homens e mulheres são iguais em dignidade na sua humanidade perante Deus, uma vez que ambos são criados à imagem e semelhança de Deus. É por isso que devemos garantir que todos tenham a oportunidade de realizar o seu papel específico na Igreja e na sociedade em geral".

Quanto ao bom governo na África, os bispos do SECAM lançam um apelo aos líderes políticos e aos governantes africanos para "fazerem da erradicação da pobreza uma prioridade, colocando os benefícios da exploração dos recursos do subsolo do continente, da terra e das florestas, a serviço do desenvolvimento do próprio país, para proveito de toda a nação e dos seus habitantes. Pedimos que não se interrompa a luta contra a corrupção. A corrupção é um câncer que destrói as nossas nações".

“A Igreja”, prossegue a carta pastoral, “está no centro de todos os esforços em prol de uma governança mais eficaz. Em muitos países, no período delicado de transição democrática dos anos1990, a Igreja teve um papel de apoio claro e visível. Cinco das oito conferências nacionais transitórias organizadas na época foram presididas por bispos católicos. A intervenção da Igreja contribuiu, em alguns casos, para garantir processos pacíficos de transições democráticas, com grandes sucessos, através de consultas e de diálogos participativos. Numerosos cristãos, em algumas situações de instabilidade, têm contribuído para a implementação da paz e da reconciliação. A Igreja tem que assumir as suas responsabilidades no contexto sócio-político e envolver-se plenamente na profunda transformação da nossa sociedade".

A nota foi divulgada na quarta-feira (20) pelo Serviço de Informação do Vaticano (VIS).


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