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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Um nomeado aos Goya surpreende o mundo do cinema com a sua fé: «A mensagem de Cristo é bela»

Joaquín Núñez, candidato como actor revelação

Este malagueño participa de maneira activa na pastoral da sua paróquia. Descobriu que actuar «eram talentos dados por Deus para por em serviço».

Actualizado 10 Fevereiro 2013

Javier Lozano / ReL

Até há pouco era um desconhecido no grande ecrã ainda que tivesse feito os seus primeiros passos. O seu mundo era o teatro, a que chegou graças à Igreja. Mas o seu papel na película “Grupo 7” fê-lo saltar para a fama e valeu-lhe a nomeação aos prémios Goya como actor revelação. Sem dúvida, esta ascensão tão repentina não provocou que Joaquín Núñez tenha perdido o norte, que continua tendo muito claro e que não é outro que Deus.

Os actores, intrigados pela sua fé
Este malagueño está completamente implicado na pastoral da sua paróquia e a sua fé interrogou os seus companheiros de trabalho, que não pararam de lhe perguntar os motivos pelos que crê.

Numa entrevista concedida à Diocese de Málaga, Joaquín Núñez assegura que apesar do seu êxito ele não deixará de ir à sua paróquia. “É o que me dá a vida, o que me dá o entusiasmo”, afirma este actor de 51 anos, que acrescenta que “a paróquia, a comunidade, cantar, ler a Palavra, a família são os alimentos para mim e para o meu espírito”.

“Conto-lhes as coisas que me enchem”
E és que, na sua opinião, para poder manter os pés no solo num mundo como o do cinema é imprescindível ter tudo isto, algo que “surpreende muito aos companheiros actores” dado que quando trabalham juntos “cada um conta as coisas que lhe enchem e eu conto isto, que é o meu dia-a-dia”.

“Os meus companheiros actores da película “Grupo 7”, nos ensaios ou rodagens perguntavam-me como era possível que eu acreditasse. E eu respondia-lhes que a mensagem de Jesus Cristo é bela, que eles também o podem praticar. Eu experimentei-o. Quando tu queres aos demais de coração é muito mais o que recebes que o que dás”, assegura.

Os talentos que Deus lhe deu
A sua fé, tão vital para ele, ajudou-o de sobremaneira a canalizar a sua carreira como actor. Por isso, Joaquín afirma que “desde o começo descobri que o de actuar e cantar eram uns talentos que o Senhor me havia oferecido para pô-los ao serviço”. E bem que o fiz.

Dentro da sua paróquia, este actor vive a sua fé numa comunidade de seculares claretianos e “cantamos com os meninos na missa da família, aos domingos pela manhã. Estou convencido de que estes dons servem para contar o significado da Palavra de Deus, das parábolas, no intento de pô-lo ao serviço”.

O teatro, para evangelizar
Joaquín, que provêm do teatro, está convencido de que esta arte é um grande meio para poder evangelizar e para isso põe como exemplo as parábolas. “Oferecem-te imagens e personagens com os quais te podes identificar e são mais fáceis de entender. O teatro é basicamente isto. Encanta-me representar as parábolas”.

É importante recordar que este tipo de representações na paróquia foram o gérmen da sua vocação e o que o levou finalmente a triunfar num mundo tão complicado e hostil como o do cinema espanhol.

A sua dedicatória nos Goya
As suas primeiras actuações realizou-as numa paróquia malagueña. Assim o conta ele na entrevista: “ali participei numa obra de teatro, a de Jesus Cristo Superstar, na que fazia de Judas. Contava piadas, fazia teatro”. A influência do flamengo da sua mãe e seu avô também o marcaram muito e inclusive mais à frente na paróquia criaram um grupo de trabalho. Daí já passou à Escola de Arte Dramática e a começar o seu trabalho no mundo do teatro, o que fundamentalmente o preencheu durante a sua carreira.

Sem dúvida, agora o grande ecrã é o que o reconheceu e um possível Goya poderia ser a cereja de um bolo que não esperava. Mas apesar desta nova vida rodeada de famosos assegura que não mudou nada. “As pessoas perguntam-me se mudarei de forma de ser, mas eu respondo que sou muito feliz como estou. Eu não quero ser famoso. Para mim actuar é um trabalho como outro. Eu o que quero é desfrutar com o que estou fazendo”.

Deste modo, Joaquín Núñez tem muito claro a quem dedicará o prémio Goya se finalmente for escolhido. “Além das pessoas que formaram parte da película, a minha comunidade, que está enriquecendo-me e o Senhor que me deu estes talentos. E, por suposto, a minha esposa Júlia, com quem estou no dia-a-dia. Essa maravilhosa mulher de eterno sorriso, e aos meus filhos, cheios de vitalidade”.

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