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quarta-feira, 20 de março de 2013

Como um pároco, Francisco saiu à porta de Santa Ana a saudar paroquianos e viajantes!

Na sua missa de domingo

Actualizado 18 de Março de 2013

Elisabetta Piqué / La Nación

Esperam-nos tempos difíceis aos "anjos guardiães" do Papa vindo do fim do mundo.

Ficou claro no domingo, quando no final da sua primeira missa pública, na pequena Igreja de Santa Ana do Vaticano, Francisco, que já inaugurou um estilo totalmente informal, rompeu todos os esquemas de segurança.

Longe de subir-se ao automóvel negro que o esperava em frente do templo, como esperavam os gendarmes dirigidos por Domenico Giani, Francisco, qual pastor de povo, começou a saudar, sorridente e relaxado, todo o mundo.

Não só a todos os que haviam assistido à missa, que ao sair do templo, como sucede numa missa qualquer, se deparavam com o seu pároco, mas sim também aqueles que estavam na rua.

Então, por exemplo, o Papa saudou Pietro Orlandi, irmão de Emanuela, a filha de um funcionário vaticano que desapareceu há mais de 30 anos.

Consciente de que se trata de um desses mistérios por resolver que formam parte desse colectivo de intrigas que espreitam o Vaticano, Francisco deteve-se alguns minutos a falar com ele.

Mas, para maior desespero do serviço de segurança do Vaticano, houve mais acção. O papa Francisco começou a caminhar para saudar a multidão que estava atrás de umas barreiras esperando para vê-lo sair da Igreja. E num momento, até cruzou o famoso portão de Santa Ana e saiu do perímetro da Cidade do Vaticano. Inclusive os guardas suíços com os seus trajes estilo Miguel Ângelo com raias azuis, amarelas e vermelhas pareciam nervosos.

"Todos os argentinos são assim?", perguntou a esta correspondente uma monja, fascinada por este novo papa tão descontraído e livre.

"Francisco! Francisco! Viva o Papa! Viva o Papa", gritava a multidão, de quem o papa argentino se aproximava e saudava estreitando mãos, bendizendo crianças e abraçando pessoas, imagens que não se viam desde os tempos do princípio do pontificado de João Paulo II.

Derramando humor e alegria, a um rapaz até disse: "Reza a favor, não contra!".

Antes, no final da missa, na qual vestiu os mesmos paramentos que os demais sacerdotes, outro sinal que fala de mudanças profundas no papado, Francisco, que anteontem confessou que quer uma Igreja dos pobres e para os pobres, apresentou aos fiéis Gonzalo Aemilius, um jovem padre villero uruguaio que trabalha com os rapazes da rua.

"Aqui há alguns que não são da paróquia, que são padres argentinos", brincou Bergoglio. "Mas quero apresentar-lhes um padre que veio de longe, que desde há muito tempo trabalha com rapazes da rua, que com eles fez uma escola."

"Rezem por ele. Não sei como chegou até aqui, mas rezem por ele", disse, apresentando o sacerdote, que foi saudado por um aplauso.


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