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sábado, 23 de março de 2013

O Chefe de Saúde de Madrid quer que Rajoy mude a Lei: «Não gosto de pagar abortos»

Disse que a lei de Zapatero «não me deixa escapatória»

Lasquetty recorda dos seus anos de deputado: «Todas as iniciativas que apresentava a esquerda, PSOE, IU, ERC, todas tratavam sobre a morte».

Actualizado 22 de Março de 2013

ReL


Javier Fernández Lasquetty, do Partido Popular, responsável autonómico de Saúde em Madrid, explica numa entrevista com Luis de Antequera, blogueiro de Religión En Libertad, que "confia na promessa do presidente do Governo" de que mudará a lei do aborto e que pagar abortos "não gosto nada".

"A lei não me deixa nenhuma escapatória" 
"Devo dizer que algo que não gosto nada, para não dizer que é o que menos gosto da minha responsabilidade como conselheiro, é que uma lei todavia vigente me obriga a financiar abortos com fundos públicos, e além disso obriga-me de uma maneira que não me deixa nenhuma escapatória. De tal maneira que enquanto não mude essa lei, que oxalá mude rápido, e confio na promessa do presidente do Governo de que assim seria, pois vejo-me nessa obrigação legal e inevitável… Mas bem que gostaria de não o fazer”, afirma o homem que entrega o dinheiro público aos empresários abortistas na região madrilena.

“Desde que tenho noção da sua existência fui sempre absolutamente contrário ao aborto. Não é - como nos disseram muitas vezes - que uma mulher disponha de si mesma, mas sim que está dispondo de outro", acrescenta. "Tudo o que passamos fazer para favorecer um discurso a favor da vida é necessário. Eu tentei fazê-lo em todas as responsabilidades que tive", assegura este político.

A cultura da morte no Parlamento
A Lasquetty preocupa-o também a fixação da esquerda política espanhola com outro facto médico: a morte. Ou, quiçá mais concretamente, o matar.

“Há um discurso da morte na esquerda. Eu fui deputado durante os três primeiros anos do mandato Zapatero, e havia tardes no Congresso que me dizia: que horror! Todas as iniciativas que apresentava a esquerda, PSOE, IU, ERC, todas tratavam sobre a morte: uma era sobre a eutanásia, a morte digna, como se lhe queira chamar; outra era sobre as covas da guerra civil; outra era sobre o aborto. E dizia-me: mas que há na morte que a esquerda espanhola lhe causa uma espécie de atracção ou esse desejo de convertê-la num objecto da acção política? Quando deve ser ao contrário, todo o esforço e o trabalho à frente de uma organização magnífica de pessoas magníficas profissionais de la saúde cujo objectivo é precisamente evitar que isso suceda!"

Eutanásia na era dos cortes
Sobre a eutanásia, numa sociedade de cortes e poupanças, assinala a situação da Holanda, onde há anos que se legalizou a eliminação dos doentes em condições em princípio muito estritas, e de seguida muito laxas.

"Há estudos bem documentados com respeito à realidade do que ocorre na Holanda e como a mera existência de uma legislação que permite a eutanásia, está fazendo que haja pessoas mais velhas às quais se lhes exerce uma certa pressão, de ordem quase emocional, que os conduz no final a desejar que lhes dêem a morte, porque não querem ser uma carga, ou molestar mais, nem gerar mais despesa ou mais incomodidade à sua família. [...] Parece-me que é das crueldades maiores que se pode cometer contra um ancião, dar-lhe a entender que se adiante um pouco o que a natureza ou a providência farão indefectivelmente, pois que tampouco se passa nada”.

Liberal no político, cristão no religioso
No político, Lasquetty se define como "um liberal clássico", que considera "verdades evidentes o direito à liberdade, à igualdade e à procura da felicidade, quer dizer a que cada um construa o seu projecto vida sem que ninguém, nem sequer tentando fazer-lhe o bem, se converta num ogro filantrópico, sem que o Estado se converta num ogro filantrópico".

Enquanto ao religioso, Lasquetty diz: “Creio firmemente na existência de Deus. Não me sinto uma pessoa particularmente religiosa, mas considero-me um cristão. Graças à existência de Deus e à crença em Deus, ao longo da história todos os seres humanos foram sendo vistos como sujeitos de uma dignidade própria, de uma singularidade própria, todos filhos do mesmo Deus, e todos susceptíveis de receber o mesmo tratamento, os mesmos direitos, as mesmas obrigações".


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