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quarta-feira, 24 de julho de 2013

«Informar da morte de cristãos é incómodo», comenta um redactor internacional de «El País»

Actualizado 10 de Julho de 2013

ReL /OMP


Há países onde homens armados
vigiam as paróquias ameaçadas
Pela primeira vez, quatro jornalistas de quatro grandes diários espanhóis de informação geral – La Razón, ABC, El Mundo e El País -, participaram conjuntamente numa mesa redonda sobre a situação dos cristãos em países de missão e perseguição, no marco da 66ª Semana Espanhola de Missiologia de Burgos.

Os comunicadores fizeram um diagnóstico, sempre a título pessoal, da relação entre os meios de comunicação e a Igreja e a forma de contar o martírio dos cristãos perseguidos.

El País: lutas ideológicas
Jorge Marirrodriga, jornalista de internacional do El País, lamentou que se omite el aspecto religioso de qualquer notícia política ou internacional, ainda que seja essencial ao acontecido.

“Muitas vezes, informar da morte dos cristãos é incómodo”, afirmou. Isto é assim devido às lutas ideológicas internas de Espanha, e à lógica dos meios. Perante isso, Marirrodriga instou os católicos a ir procurar os jornalistas, e a comunicar as notícias que sucedem na Igreja ainda que se fechem portas. “A sociedade espanhola tem direito a conhecer o que está sucedendo verdadeiramente”, concluiu.

ABC: faltam profissionais

“Os meios de comunicação e a Igreja são como um matrimónio mal conseguido”, explicou Laura Daniele, responsável da informação religiosa do diário ABC.

A jornalista lamentou a falta de profissionais da comunicação que saibam transmitir as notícias religiosas com uma linguagem actual e fresca. Na outra cara da moeda, segundo explicou Daniele, a secularização nos meios de comunicação é pronunciada, de forma que o protagonismo da Igreja está decrescendo. “A Igreja não pode deixar passar a oportunidade de continuar sendo uma instituição protagonista”, afirmou.

La Razón: os missionários, uma fonte
José Beltrán, chefe de redacção de sociedade do diário La Razón, sublinhou o protagonismo dos missionários, como co-responsáveis e embaixadores: vivem nos territórios da missão com todas as consequências, mas a sua visão é a de um espanhol.

Isto converte-os, segundo explicou o jornalista, em testemunhos excepcionais das notícias não só religiosas, mas sim também da secção internacional do seu jornal. “Na Igreja há que aprender dos missionários, que não tem medo de comunicar e sempre estão disponíveis”, afirmou.

El Mundo: relação jornalista-missionário

Por parte do diário El Mundo, interveio Francisco Lázaro, pai fundador do cabeçalho e jornalista especializado em Segurança Nacional e terrorismo.

Começou a sua intervenção recordando uma tia sua, missionária no Brasil, que de pequeno lhe contava as aventuras da missão. “Porque estas batalhas não são publicadas? O que falta?”, perguntou o jornalista.

Mais além da crise de valores dos meios de comunicação, Lázaro deu uns conselhos práticos para comunicar as notícias eclesiais. Sublinhou a importância da relação pessoal das instituições da Igreja com os jornalistas, oferecendo-lhes notícias com gancho actuais, sempre tendo em conta a idiossincrasia do jornal.

“Os missionários são um grande exército, tem um grande desdobramento mundial, assim que cada dia surgem muitas notícias de todo o mundo” afirmou o comunicador. “Se o jornalista não sai a procurar a notícia, tereis que vos aproximar aos meios”, concluiu.


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