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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Os católicos franceses relatam ao Papa as suas enormes preocupações

Na véspera do encontro entre Francisco e o presidente Hollande, uma petição denuncia as políticas secularistas do governo socialista


Roma, 23 de Janeiro de 2014 (Zenit.org) Luca Marcolivio


Às véspera da visita ao Vaticano do presidente François Hollande, uma carta, assinada por mais de 100 mil católicos franceses, chegou às mãos do Papa Francisco, por meio da Nunciatura Apostólica de Paris, seja na versão impressa que na digital.

Na carta são denunciadas fortemente as políticas contrárias à moral cristã apresentadas pelo governo socialista: da imposição do matrimónio homossexual e da adopção à educação de género nas escolas, até à barriga de aluguel, à inseminação artificial e à eutanásia.

A petição foi distribuída através da plataforma CitizenGO que, já a algum tempo luta pela defesa da vida, da família e da liberdade de educação, por meio de campanhas de sensibilização online.

Na sua carta aos católicos franceses desejam que o Santo Padre tenha em conta o seu "profundo mal-estar" e a sua "crescente preocupação", diante da promoção, por parte do governo Hollande, de uma série de reformas que se estão revelando contrárias aos “direitos fundamentais da pessoa humana”.

São mencionadas também as “campanhas mediáticas de difamação” explicitamente ou  tacitamente apoiadas pelo executivo francês e as “profanações das Igrejas” nunca condenadas pelo mesmo governo.

A lei Taubira, também conhecida como Mariage Pour Tous, é definida uma “lei injusta”, porque “deliberadamente priva a criança de seu direito básico de ter um pai e uma mãe" e "abre o caminho para a mercantilização do corpo humano".

Os protestos contra a lei Taubira, acontecendo há quase um ano, não só foram ignorados pelo presidente Hollande, mas têm sido objecto de repressão pelas forças de segurança, “com métodos indignos, já denunciadas pelo Conselho da Europa, em uma resolução de 1947".

Houve até mesmo – denuncia a carta – quem, como o porta-voz de um senador socialista que apoia o Mariage Pour Tous, “exortava a atirar na multidão dos opositores da lei Taubira, recebendo o apoio incondicional do próprio senador”.

As já citadas profanações dos lugares de culto católicos, destaca a petição, “se multiplicaram recentemente por iniciativa de um grupo de feministas radicais, as Femen” e o silêncio mediático e político sobre esses acontecimento, destoam com a “severa unanimidade” com que foram condenadas as agressões realizadas contra outras comunidades religiosas radicais no país.

A carta lamenta depois o sarcasmo impróprio sobre a celebração Eucarística, do Ministro do Trabalho que, há algum tempo atrás, disse: "Nós não estamos cantando as ladainhas. Nós não somos uma massa a orar. Pelo contrário, estamos na acção do dia a dia”.

Os ataques contra os católicos "andam de mãos dadas com a vontade do governo de promover retrocessos graves dos direitos fundamentais da pessoa humana", lê-se ainda na petição.

Cita-se o exemplo do ministro da Educação Nacional, Vincent Peillon, que expressou a própria vontade de “arrancar os alunos de todo tipo de determinismo”, até mesmo aquele familiar, ameaçando assim o direito dos pais de educar os próprios filhos de acordo com as suas convicções.

No final da carta, os católicos franceses convidam o Papa Francisco a fazer-se porta-voz do seu “mal-estar” e de referir ao presidente Hollande as suas “enormes preocupações”, durante o encontro de amanhã.

(Tradução Thácio Siqueira)

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