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quarta-feira, 26 de março de 2014

Quénia: pelo menos 5 mortos e 20 feridos em ataque de extremistas islâmicos

Um missionário fala do atentado cometido contra um templo evangélico durante a celebração dominical


Roma, 25 de Março de 2014 (Zenit.org)


Um atentado perpetrado ontem no Quénia contra a igreja evangélica de Likoni, durante a celebração de domingo, deixou um saldo de ao menos cinco mortos e vinte feridos.

“Não sabemos quem cometeu o atentado contra a igreja evangélica, mas o mais provável é que se trate de um grupo de fundamentalistas”, declarou a Fides o bispo católico de Malindi e administrador apostólico de Mombasa, dom Emanuel Barbara, que ressaltou que "esses grupos ameaçam inclusive os imãs da região, acusados de ser ‘moderados demais’". Barbara acrescentou que "houve também vários incidentes, ameaças e intimidações contra líderes religiosos muçulmanos locais, na tentativa de forçá-los a pregar uma doutrina radical”.

Um missionário que trabalha em Likoni, ao sul de Mombasa, contou à agência de notícias MISNA sobre o ataque realizado contra a igreja evangélica. “Pouco depois das nove da manhã, ouvimos os primeiros disparos. Houve gritos e muita gente tentando fugir para todos os lados. A nossa comunidade está chocada”, afirmou o padre Joseph Waithaka à MISNA.

O atentado, cometido por homens armados, aconteceu durante o culto dominical. As vítimas são fiéis que estavam em oração. “As últimas informações que circularam ontem falam de cinco pessoas mortas e cerca de vinte feridos”, complementa o interlocutor da MISNA. O centro missionário em que ele trabalha se localiza a apenas 200 metros do alvo do ataque.

“Esta é uma localidade pequena”, explicou o missionário, “nos arredores de uma grande cidade, mas aqui as pessoas vivem em paz, apesar de que, nos últimos anos, não faltam tensões por causa da polémica intervenção militar do Quénia na Somália”.

Desde que deu início a uma intervenção militar no sul da Somália, em outubro do 2011, o Quénia é alvo de grupos extremistas islâmicos, dos quais o mais conhecido é o Al-Shabaab. O objectivo queniano, com a intervenção, é apoiar o governo central de Mogadíscio diante dos insurgentes somalis.

“Este ataque ainda não foi reivindicado, mas os indícios apontam para o Al-Shabaab. De qualquer modo, as testemunhas afirmam que os jovens que cometeram o massacre eram da Somália”, agrega o religioso.

Foi imediata a condenação do ato “terrorista” por parte das instituições e das autoridades religiosas cristãs e muçulmanas. “Mais uma vez, precisamos destacar que o Islão é uma religião de diálogo e de tolerância”, declararam em comunicado os responsáveis pela comunidade muçulmana, “e não tem nada a ver com esses actos de ódio contra os nossos irmãos”.

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