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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Homilia do papa na Casa Santa Marta: a vocação cristã é permanecer no amor de Deus

O Santo Padre nos lembra: O amor por Jesus nos leva a cumprir os mandamentos de maneira natural


Cidade do Vaticano, 22 de Maio de 2014 (Zenit.org)


A alegria é "o selo do cristão", inclusive nas dores e nas tribulações, afirmou o Santo Padre na missa desta manhã, celebrada na Casa Santa Marta. O papa reiterou que é impossível que um verdadeiro cristão seja triste e destacou que é o Espírito Santo quem nos ensina a amar e nos enche de alegria.

Francisco recordou que, antes de subir ao céu, Jesus falou de muitas coisas, mas enfatizou "três palavras-chave": paz, amor e alegria.

Sobre a paz, Jesus "dizia que não nos dá a paz do jeito que o mundo a dá": Ele nos dá uma "paz para sempre". Sobre o amor, recordou Francisco, Jesus disse muitas vezes "que o seu mandamento era amar a Deus e amar o próximo", deixando-nos quase um "protocolo", em Mateus 25, "sobre os aspectos em que todos seremos julgados". Assim, o papa observou que, "sobre o amor, Jesus nos diz uma coisa nova: 'não apenas amar, mas permanecer no meu amor'".

O pontífice explicou que "a vocação cristã é isso: permanecer no amor de Deus, respirar, viver desse oxigénio, viver desse ar. E como é o amor? 'Como o Pai me amou, assim também eu vos amei'. Um amor que vem do Pai. A relação de amor entre Ele e o Pai é também uma relação de amor entre Ele e nós. E Ele nos pede permanecer nesse amor, que vem do Pai".

"Uma paz que não vem do mundo, mas do Pai". Francisco ressaltou também a exortação de Jesus: "Permanecei no meu amor". O sinal de que nós "permanecemos no amor de Jesus", destacou o papa, "é cumprir os mandamentos". Não basta segui-lo. "Quando nós permanecemos no amor, os mandamentos vêm sozinhos, vêm do amor". O amor "nos leva a cumprir os mandamentos naturalmente. A raiz do amor floresce nos mandamentos", que são "como o fio" que une uma "corrente: o Pai, Jesus, nós".

O pontífice falou também da alegria: "a alegria é como o selo do cristão. Um cristão sem alegria ou não é cristão ou está doente. Não há outra possibilidade! A saúde não está boa! A saúde cristã. A alegria! Uma vez eu disse que existem cristãos com cara de pimentão no vinagre... Sempre com a cara assim! A alma também está assim, e isso é feio! Não são cristãos. Um cristão sem alegria não é cristão. É como o selo do cristão, a alegria. Inclusive nas dores, nas tribulações, nas perseguições".

Fazendo referência aos primeiros mártires, Francisco recordou que se dizia que eles iam para "o martírio como se fossem se casar". É a alegria do cristão "que conserva a paz e conserva o amor". Paz, amor e alegria são as "três palavras que Jesus nos deixa". E essa paz e esse amor nos são dados pelo Espírito Santo.
A propósito do Espírito Santo, Francisco observou que Ele é "o grande esquecido da nossa vida". Por isso, ao terminar a homilia, o pontífice afirmou: "Eu gostaria de lhes perguntar... Mas não vou perguntar... Quantos de vocês rezam ao Espírito Santo? Não levantem a mão... Ele é o grande esquecido, o grande esquecido! E Ele é o dom, o dom que nos dá a paz, que nos ensina a amar e que nos enche de alegria. Na oração, nós pedimos isto a nosso Senhor: 'Conserva o teu dom'. Pedimos a graça de que nosso Senhor conserve o Espírito Santo em nós. Que o Senhor nos dê essa graça: de conservar sempre o Espírito Santo em nós, esse Espírito que nos ensina a amar, que nos enche de alegria e que nos dá a paz".

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