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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Rabino Skorka: Para o papa, ir a Israel é realizar um sonho

O líder religioso judeu afirma sobre Francisco: A nossa amizade e diálogo são um sinal de que a paz é possível


Jerusalém, 22 de Maio de 2014 (Zenit.org)


O rabino Abraham Skorka, amigo pessoal do papa Francisco que vai acompanhar o pontífice na viagem à Terra Santa de 24 a 26 deste mês, afirmou que esta peregrinação significa realizar um sonho que já durava anos. “Ir a Israel, para nós, era visitar o local dos profetas que inspiraram a nossa espiritualidade. Israel foi um assunto do qual nós falamos muito em Buenos Aires. O livro que escrevemos juntos dedica um capítulo ao conflito. Desde então, nós procuramos meios para passar uma mensagem de paz”, declarou, em conversa com o jornalista Henrique Cymerman.

Em colectiva organizada hoje em Jerusalém pela Fonte Latina e pelo Centro de Imprensa, Abraham Skorka recapitulou a amizade que o une ao papa desde 1990, quando se conheceram em Buenos Aires. O caminho foi marcado pela amizade, pelo humor, pela profunda espiritualidade e pelo encontro de pontos em comum, observaram os organizadores da conferência em comunicado enviado a ZENIT.

Skorka relata que, em Junho de 2013, quando se encontrou com o papa em Roma, eles pensaram em preparar uma mensagem de paz para o Oriente Médio. Foi assim que começou a ser gestada a visita que agora está prestes a acontecer. O rabino afirma que “é assim que aparece em nossos livros em comum: havendo paz aqui, haverá paz em todo o mundo”.

O rabino assegura que “a nossa amizade e diálogo é um sinal de que a paz é possível”. Este vai ser o espírito das mensagens que o papa transmitirá na visita à Jordânia, à Autoridade Nacional Palestina e a Israel.

Abraham Skorka declarou que o papa Francisco é um homem que rompe esquemas, que não se incomoda em desmanchar modelos se for necessário para atingir seus objectivos de diálogo e de paz. O papa é a pessoa de quem a Igreja precisa neste momento, garante Skorka: com ele, uma nova página será aberta no diálogo judaico-cristão.

Skorka também assegura que o papa quer se envolver no processo de paz no Oriente Próximo com a melhor arma que tem: a oração. É a maneira de fazer o assunto transcender do nível político e levá-lo ao nível humano. Os crentes, sejam da religião que forem, podem se entender através da oração.

O rabino considera que a maioria dos judeus e israelitas aplaude a visita do papa e afirmou que as pessoas que mostraram rejeição são um pequeno grupo.

A companhia de um rabino e de um imã é um sinal de diálogo. Skorka entende que “nós três precisamos caminhar juntos para mudar a realidade deste mundo. Nós três acreditamos num Pai comum, Abraão, e num Deus espiritual. O papa manterá o equilíbrio nos seus discursos e mensagens nesta terra”.

Skorka ressaltou ainda a preocupação do papa com a perseguição contra os cristãos em muitos países muçulmanos e anunciou uma reunião com líderes das três confissões.

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