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quinta-feira, 31 de julho de 2014

A Santa Sé envia nota às suas embaixadas sobre a paz no Oriente Médio

Dom Mamberti alerta para o risco de se ficar acostumado e de se considerar inevitável a situação na Faixa de Gaza


Cidade do Vaticano, 30 de Julho de 2014 (Zenit.org)


A Secretaria de Estado do Vaticano enviou às embaixadas credenciadas junto à Santa Sé uma “nota verbal” para recordar os recentes apelos que o papa Francisco tem feito nos últimos ângelus em prol das pessoas que vivem no Oriente Médio.

O arcebispo Dominique Mamberti, secretário para as Relações com os Estados, explicou à Rádio Vaticano como a Santa Sé vê a situação actual dos cristãos naquela região. Mamberti afirma que "a Secretaria de Estado acompanha a situação das comunidades cristãs no Oriente Médio com grandíssima preocupação. As comunidades cristãs estão sofrendo injustamente, têm medo e muitos cristãos se viram obrigados a emigrar".

Só em Mossul, recorda, quase trinta igrejas e mosteiros foram ocupados e danificados pelos extremistas, que retiraram todas as cruzes. "Pela primeira vez em muitos séculos, não pôde ser celebrada a santa missa de domingo. É necessário recordar que no Iraque, assim como nos outros países do Oriente Médio, os cristãos estão presentes desde o início da história da Igreja e tiveram um papel significativo no desenvolvimento da sociedade. Eles só querem continuar presentes como artífices de paz e de reconciliação", observa o prelado.

Mamberti expõe como a Santa Sé trabalha para aliviar a situação. O Vaticano age em diversos níveis, explica. "Em primeiro lugar, o próprio Santo Padre manifestou, em várias ocasiões, e de modo comovido, a solidariedade para com as comunidades cristãs, em particular para com as famílias de Mossul, convidando todos a rezarem por elas. Ele expressou também a sua proximidade pessoal através de alguns dos responsáveis religiosos, entre os quais o patriarca caldeu da Babilônia e o patriarca sírio de Antioquia, encorajando os pastores e os fiéis a serem fortes na esperança. O papa enviou ainda uma ajuda económica às famílias, através do Conselho Pontifício Cor Unum, para ajudar nas necessidades humanitárias". 

A Secretaria de Estado do Vaticano, através dos seus próprios canais diplomáticos, "continua chamando a atenção das autoridades internacionais e dos governos para a situação desses irmãos nossos. Enviamos uma ‘nota verbal’ a todas as embaixadas credenciadas junto à Santa Sé com o texto dos últimos apelos feitos pelo Santo Padre, relacionados também, mais em geral, com a situação no Oriente Médio. Foi enviado um pedido, juntamente com a nota, para que a mensagem chegue aos respectivos governos", explicou o prelado na entrevista.

O desejo vivo, afirma ele, é "que a comunidade internacional se interesse por esta questão, já que estão em jogo os princípios fundamentais da dignidade humana, o respeito pelos direitos de toda pessoa, para uma convivência pacífica e harmoniosa entre as pessoas e entre os povos".

Finalmente, o secretário da Santa Sé para as Relações com os Estados observa que a situação na Faixa de Gaza é "trágica e muito triste" e alerta para o "risco de nos habituarmos e de considerá-la quase como inevitável, o que não seria justo".

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