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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Foi Testemunha de Jeová durantes 13 anos, agora a sua única missão é denunciar as mentiras que viveu


Actualizado 29 de Julho de 2014

Fernando de Navascués / ReL

Antonio Carrera é um ex-testemunha de Jeová de origem basco que permaneceu nesta organização durante 13 anos. Autor de numerosos escritos nos quais explica qual foi a sua experiência e quais são as grandes mentiras que viveu, Carrera pede sempre “a Deus que nunca tenham que sofrer o desengano que eu experimentei ao descobrir a falsidade dos testemunhas de Jeová. Dou graças a Deus pela sua bondade e misericórdia, já que me salvou de afundar-me no ateísmo, como costuma suceder a quase todos os que abandonam a seita de ‘A Atalaia”.

Até aos 28 anos viveu como católico, mas nessa idade, movido pela curiosidade, entregou-se aos Testemunhas de Jeová. Desde há já uns anos, Antonio explica que de novo “sou católico, e desejo reparar de alguma maneira o dano que fiz, escrevendo para afastar as ovelhas do redil de Cristo, contra os falsos profetas chamados testemunhas de Jeová”. 

O meu desengano como testemunha de Jeová
Dentro da organização ocupou altos cargos como dirigente: membro do Comité da Congregação, superintendente de campo, servo da escola, organizador de assembleias e conferencista por toda a zona norte de Espanha: Bilbao, Durango, Munguía, Guernica, Barcelona, Éibar, San Sebastián, Irún, Pamplona, Burgos, Santander...

O mesmo Carrera explica que devido ao seu carácter entusiasta e zelo propagandístico a favor dos testemunhas, “visitei milhares de lares pregando os falsos ensinamentos da seita e fazendo proselitismo. Praticamente dediquei toda a minha vida, durante os 13 anos com eles, pois somente em conceito de pregar, empreguei 3,542 horas, vendi-lhes 570 livros, 580 folhetos e 3,700 revistas. E quantas pessoas captei para a seita?” Não se sabe exactamente.

Mas como cheguei até aqui?
Para António há três tipos de pessoas que ingressam nos Testemunhas: os que tem muito pouca formação cultural e a manipulam, os que entram procurando algum tipo de benefício e os que, como ele, entram por curiosidade. Quando ele chegou, os testemunhas de Jeová eram algo novo em Espanha: “O primeiro contacto costuma ser deslumbrador. Oferecem-te ingressar num grupo no qual todas as pessoas são excelentes, bondosas e amorosas em grau máximo. As primeiras visitas às suas reuniões aturdem com tanta saudação e amabilidades; mas isto dura pouco tempo: depois ninguém se preocupa com alguém, excepto para vigiá-lo se falha às reuniões, ou se não sai com frequência a visitar os lares para vender-lhes a sua literatura”.

A mensagem que te oferecem é o “da salvação por Deus e viver eternamente nesta terra, feita um paraíso depois do fim do mundo, que será de um dia para o outro, ainda que levem 100 anos anunciando-o. Então – descreveram-lhe bem Antonio -, a terra desfrutará de paz, sem enfermidade nem cemitérios, pois ninguém morrerá. Mas, claro, ninguém poderá salvar-se... Com excepção dos que se façam testemunhas de Jeová”.

Parte do seu negócio é encher a casa dos candidatos de livros, folhetos e revistas que vendem com as ideias da organização: “A lavagem do cérebro que te fazem – assinala este testemunho de primeira linha- fará que aceites o mais disparatado, como deixar morrer um familiar antes que submetê-lo a uma transfusão de sangue. Inculcam-te ódio contra toda a religião e governo. Também – conclui Carrera - rompem com amizades e familiares, e isto faz que adirão mais ao grupo e se fanatizem”.

Uma fanatização que segundo explica o ex-testemunha partilha-se parte por meio de uma reunião semanal de cinco horas, mais o que tens que estudar em casa, o pregar e vender os seus livros... E tudo isso motivado porque o fim do mundo está próximo e só se salvarão os que tenham muito trabalho a favor do grupo, tal e como assinala a Bíblia que eles usam, a qual está previamente falsificada e mal interpretada.

Falsos profetas
Por tudo isso, Carrera recorda as palavras de Jesus: “Cuida dos falsos profetas, que vem a vós com pele de ovelha, mas por dentro são lobos vorazes. E muitos falsos profetas se levantarão e enganarão muitos” (Mt 7, 15 e 24).

Eles alardeiam de ser isso, de ser profetas, mas parece ser que as suas profecias nunca acabam cumprindo-se, apesar de “assegurar que eles, os dirigentes da seita, são iluminados por Deus, e vêem a verdade com exacta harmonia, que Deus lhes permite entender a verdade e que as páginas da sua revista A Atalaia estão reveladas por Deus”, explica o ex-testemunha.

A segunda vinda de Cristo
Um exemplo clássico é o da segunda vinda de Cristo. Primeiro acreditaram que Cristo tinha voltado em 1874, mas de forma invisível. Depois anunciaram que para 1914 viria em pessoa, corporalmente. O anúncio vinha em letras maiúsculas. Textualmente: “O Segundo Advento PESSOAL e Pré-milenário do Nosso Senhor”. A palavra PESSOAL no original aparece com maiúsculas. “Como sabemos – explica Antonio Carrera - Cristo não chegou em 1914. Mas hoje, na sua literatura, ensinam que sim voltou, mas espiritualmente, de forma invisível. Que lhes parece? – pergunta-se o ex-testemunha. Vocês estão no aeroporto esperando um familiar e, depois de comprovar que não chegou, alguém pretende fazer-lhes crer que sim, que chegou, mas espiritualmente, e que já não o podem ver. A mentira sempre se pretende tapar com outra mentira”. 

Outras falsas profecias
O fim do mundo também é outro tema recorrente, profetizaram-no pelo menos para as seguintes datas: 1799, 1874, 1914, 1915, 1918, 1925, 1975… e, igualmente, para antes da mudança de milénio. Em 1914 tinha que ter desaparecido o papado: “Em 1889 profetizaram: a extinção total desta hierarquia falsa - o Papado - próxima à terminação do Dia da Ira... que terminará... com o ano 1914. Como vemos, o Papado continua em pé, e os profetas de A Atalaia falharam”.

Desde 1879 até 1912 ensinaram como verdade de Deus que os judeus regressariam à Palestina, e que isto seria uma mais das provas do fim do mundo: “Desde 1932, e usando sempre Deus como o revelador destas ‘verdades’ ou ‘profecias’, ensinam que não, que os judeus não seriam nação na Palestina”. Sem comentários.

Perante a dúvida, excomunhão
“A Divina Providência tem caminhos – conclui Antonio Carrera - que os humanos não podemos conhecer. E sempre darei graças a Deus por ter descoberto o engano e ter-me libertado de tal fixação”. O seu descobrimento provocou-lhe um imenso vazio e estar quatro meses doente. Afortunadamente com ele, saíram a sua esposa e filhos, assim como o seu irmão Abel, com a sua família, e outros.

Tudo sucedeu através de uma conversa amistosa com um testemunha que levava já muitos anos no grupo: “Disse-me que se eu pudesse ler livros antigos da Organização, que já não editam, poderia comprovar uma multidão de mudanças e erros nos seus ensinamentos, os quais, segundo eles, estão inspiradas por Deus”. Isto levou-o a entrar num processo de grandes dúvidas, as quais se confirmaram quando “por casualidade caíram nas minhas mãos” alguns livros que datavam de 1918.

Quando quis comunicar a sua descoberta, logicamente, não o deixaram falar. O seguinte foi expulsá-lo e proibir todos os membros de falar, com a ameaça de ser eles também expulsos. De facto vários já foram excomungados.

Nestes momentos, Antonio Carrera conclui: “Sou católico e dou graças a Deus por conhecer e viver na verdade”.



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2 comentários:

  1. Para mais informações vejam o meu blogue:
    http://questaodosangue.blogspot.pt/2014/05/campanha-nacional-em-portugal.html

    Vejam também o único fórum de ex-Testemunhas de Jeová em Portugal:
    http://testemunhasdejeova.forumeiros.com.pt

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  2. Antonio Carrera respeito sua opinião, mas me diga qual religião, seguir, voltar a ser católico ė duro hein!!! Como justificar a inquisição, as cruzadas, Constantino e a roubalheira da "Santa Igreja", com o exemplo de Cristo, me explica isso por favor, se você fizer isso continuo sendo catolico também. TJ curioso tu ė ruinzinho mesmo hein!!! Ė só besteira que vejo aqui, no forum de portugal e no brasileiro. Como vocês dão Ibope ao Testemunhas de Jeová!!!!

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