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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

O Papa apoia a reintegração na Colômbia

Recebida delegação com uma vítima, um ex-guerrilheiro e uma ex-paramilitar


Roma, 25 de Setembro de 2014 (Zenit.org)


"Não parem de trabalhar pela paz da Colômbia", pediu o papa Francisco a dois ex-combatentes que abandonaram as armas e a uma vítima do conflito armado que o país sul-americano trava há mais de 50 anos. O emotivo encontro aconteceu no Vaticano, na tradicional audiência das quartas-feiras.

Uma ex-paramilitar, um ex-guerrilheiro e uma vítima foram recebidos pelo papa. Um dos ex-combatentes ilegais pediu perdão ao Santo Padre por todo o mal cometido.

A delegação colombiana foi encabeçada por Alejandro Eder, director da Agência Colombiana para a Reintegração. Também estiveram presentes o núncio apostólico na Colômbia, dom Ettore Balestrero, o embaixador colombiano perante a Santa Sé, Germán Cardona, e dom Octavio Ruiz, secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, que presidiu, poucas horas antes, uma missa dentro do Vaticano.

ZENIT conversou com o director geral da Agência Colombiana para a Reintegração, Alejandro Eder. A entidade procura reintegrar à sociedade as pessoas que abandonam os grupos armados ilegais.

"O nosso maior desafio nesta política de reintegração é o fato de que a sociedade colombiana rejeita as pessoas que largam as armas. E não foi possível gerar suficientes espaços de perdão e de reconciliação", observou Eder.
Ele acrescentou que o encontro de hoje com o papa Francisco "foi fundamental": "A pessoa que depôs as armas e que falou com o Santo Padre teve a possibilidade de expressar o seu arrependimento e de pedir perdão pelo mal que provocou, em nome dela e das outras pessoas que também depuseram as armas".

"A reacção do papa de perdoá-la foi imediata. Ele pôs a mão na testa dessa colombiana, lhe concedeu o perdão e pediu que nós não deixemos de trabalhar pela paz na Colômbia. Foi um momento muito emotivo, muito especial".

Desde Janeiro de 2013, mais de 56 mil pessoas abandonaram as armas na Colômbia. Das Farc foram 17 mil, além de 4 mil do ELN e cerca de 35 mil pessoas dos grupos paramilitares.

“Temos que diferenciar duas coisas que estão acontecendo na Colômbia: a primeira são os diálogos de paz em Havana para finalizar o conflito, que podem ser um passo importante rumo à paz duradoura na Colômbia. O outro é o trabalho duro de tirar as pessoas dos grupos armados ilegais, de reabilitar essas pessoas para reintegrá-las à sociedade, de trabalhar e ressarcir as vítimas, de reconstruir o território afectado pelo conflito. E isso é um trabalho que vai levar muitos anos, que não vai cair do céu e que não vai ser conseguido com assinaturas num papel. O apoio do Santo Padre hoje é fundamental para este trabalho tão difícil”.

Por sua vez, dom Octavio Ruiz afirmou que "foi muito comovente assistir ao pedido de perdão dos ex-combatentes".


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