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sábado, 22 de novembro de 2014

A Europa e as suas raízes cristãs

O card. Parolin, secretário de Estado do Vaticano, fala sobre a próxima visita do Papa ao Parlamento Europeu


Roma, 21 de Novembro de 2014 (Zenit.org)


Custódia da criação, solidariedade com os migrantes e refugiados, reconstrução de uma visão integral do homem. Estes foram os temas que o Papa João Paulo II destacou no Europarlamento em sua histórica visita de 1988. Temas actuais, como sublinha o secretário de Estado Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, em uma entrevista ao Centro Televisivo Vaticano poucos dias antes da viagem do Papa Francisco a Estrasburgo.

O prelado define essas questões “autênticas emergências”, definidas como tal pelo mesmo Papa Bergoglio, que sobre a “Custódia da Criação” e da “solidariedade com as pessoas à procura de novas oportunidades fora do seu próprio País" fala muitas vezes em seus discursos. E para enfrentar e lidar com estas duas questões - acrescenta o card. Parolin - é fundamental uma chamada à visão integral do homem. “Um homem considerado em todas as suas dimensões, portanto, incluindo também a dimensão espiritual e a dimensão transcendente”, reflecte o card. Parolin.

O Secretário de Estado aborda também a questão da desconfiança dos cidadãos em relação à União Europeia. "A Europa é muitas vezes percebida pelas pessoas como uma realidade muito distante – afirma - , uma realidade burocrática que não se preocupa com os efectivos problemas que as pessoas enfrentam a cada dia... e, por outro lado, esta crise também se articula na perda de esperança, uma perda da confiança de que a Europa possa dar resposta aos muitos problemas que o continente está enfrentando”.

O antídoto, de acordo com o card. Parolin, reside na "educação, especialmente dos jovens, para tentar mostrar concretamente a validade do projecto europeu. Que o projecto europeu, se vivido de acordo com o espírito e os valores dos padres fundadores, que lhe deram luz, ainda pode ser capaz, hoje, de responder os desafios da Europa actual e de dar respostas concretas às pessoas”.

Uma Europa que não pode prescindir das suas raízes cristãs. Sobre este aspecto, muito debatido no passado recente, o card. Parolin expressou optimismo. "Se olharmos para o Tratado de Lisboa, ali no primeiro artigo, creio eu, são lembrados uma série de valores que são fundamentalmente os valores cristãos, que estão enraizados na história e na contribuição que o cristianismo deu ao continente, começando pela dignidade da pessoa humana, o tema da liberdade, o tema da democracia, o tema da igualdade, o tema do estado de direito, o tema do respeito dos direitos humanos. Eis que todos são valores que nascem do húmus do cristianismo e, portanto, se houvesse a busca de vive-los e realiza-los, creio eu, que se estaria fortificando as mesmas raízes cristãs da Europa".

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