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sábado, 22 de novembro de 2014

“GERAÇÃO DIGITAL"

O sociólogo canadiano, Marshall McLuhan elegeu o paradigma de “ aldeia global”, nos anos sessenta do século passado, para demonstrar como a televisão era uma forma de normalizar e de chegar a todos os confins da terra, com a informação pronta, rápida e eficaz.

Revolucionária foi, sem dúvida, a alteração profunda de hábitos e comportamentos que atraiu toda a gente à “caixinha mágica”, a qual passou a ser um altar de adoração em casa de toda e qualquer família que a possuía, rica ou pobre, culta ou humilde, grande ou pequena.

Para o bem ou para o mal, todos seduziu atraindo a si as atenções de pais e filhos, que se esqueceram dos outros à sua beira, esperando um olhar, um carinho, um afecto, necessitando de falar, contar, ouvir, partilhar e amar – perto do mundo e longe do lar, cada vez mais solitários. 

Todavia, o problema não está no desenvolvimento da tecnologia mas sim no aproveitamento positivo ou negativo que dela se fizer, toda a evolução é boa se o homem não se deixar escravizar ou alienar pelas suas potencialidades.

O novo milénio viu nascer de forma acelerada e sem precedentes na história da humanidade o progresso tecnológico, nomeadamente a Internet e o telemóvel, que cada vez conquista mais as novas gerações.

Os ”novos media” provocaram uma profunda transformação cultural e social, representando um mundo sem confins ou limites, sem fronteiras de acesso a novas relações, de partilha de conhecimento, de intercâmbio pessoal, de riqueza e de complementaridade, discussão e diálogo neste verdadeiro “areópago digital”.

Mas não há bela sem senão e as suas potencialidades são tão extraordinariamente complexas, como positivas. A sua grande dimensão e fruição que a todos beneficia, implicam também uma enorme responsabilidade, honestidade e uma educação própria para a sua adequada utilização.

Ficar fascinado apenas pelas imensas vantagens que a internet oferece, pode ser uma armadilha, pois ela é um mundo virtual que não cessa quando se desliga o computador. Toda a informação que lá foi colocada continua a circular livremente ao sabor, por vezes, muitas vezes, de todos os que, nem sempre de boa-fé, se apoderam dos respectivos dados.

A geração digital vive em rede e ligados ao mundo, mas cuidado com os conteúdos impróprios, os contactos indesejáveis que podem conduzir a comércios menos éticos, onde crianças e jovens não estão preparados, nem prevenidos ou protegidos para os seus malefícios.

Sendo um mundo aberto com acesso a tudo, as “ novas amas tecnológicas” que retêm as crianças no quarto, quietinhos, horas a fio, podem ser um isco fácil e perverso.

O perigo espreita dentro de casa, sendo todo o cuidado pouco, o que implica ter de haver uma atenção desmesurada por parte dos pais e educadores, a fim de rentabilizarem o que têm de positivo, possibilitando o bom uso destas tecnologias, que são boas, se forem utilizadas para o bem integral da pessoa e da humanidade.

A todos cabe a responsabilidade de colaborar neste sentido, sabemos com a experiência e o tempo já passados, que a Internet não é o melhor amigo do nosso filho ou neto, tal como o uso do telemóvel na sala de aula é o principal factor de perturbação e indisciplina, com reflexos irreversíveis na aprendizagem e no aproveitamento das matérias leccionadas pelo professor.

Tecnologias de Informação e Comunicação sim, mas com educação adequada, moderação e limites obrigatórios para se evitarem comportamentos desviantes, minimizar as suas consequências nefastas e rentabilizar as suas potencialidades, que são verdadeiramente extraordinárias para quem as sabe aproveitar.

Maria Susana Mexia


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