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sábado, 29 de novembro de 2014

Os bispos da Europa contra o tráfico de pessoas, moderna forma de escravidão

Reunidos em Bruxelas, Comece e Kek apresentam propostas para as Comissões Europeias para combater esta actividade criminosa


Bruxelas, 28 de Novembro de 2014 (Zenit.org)


Mais de 800 mil mulheres, homens e crianças são vítimas do tráfico na União Europeia. É a informação dramática emersa do seminário de diálogo com a Comissão Europeia organizado pela COMECE (Comissão das Conferências Episcopais da Comunidade Europeia) e da Comissão "Igreja e Sociedade" da Kek (Conferência das Igrejas Europeias), realizado em Bruxelas.

Quase 60% das vítimas do tráfico vêm de países da União Europeia -  destaca-se no comunicado final do encontro - por isso, é urgente "intensificar a cooperação entre a sociedade civil e as organizações da Igreja que trabalham com vítimas, a nível local."

Ecoando as palavras do Papa Francisco, os bispos europeus reiteraram que "o tráfico de pessoas é uma forma moderna de escravidão, uma actividade criminosa e um negócio mundial que gera lucro". Esse fenómeno há numerosas, amargas, facetas: a exploração sexual, o trabalho forçado, a maternidade "de aluguel" forçada, e a adopção ilegal, sendo 16% das vítimas crianças, muitas vezes vendidas por 40.000 euros.

Assim, os participantes do seminário lançaram um apelo para recolher dados mais confiáveis e abrangentes sobre o crime de tráfico, a fim de permitir que as organizações políticas e religiosas respondam melhor às necessidades das vítimas. "As vítimas do tráfico de seres humanos – lê-se do comunicado – têm, primeiramente, necessidade de protecção e assistência através de uma maior implementação da legislação existente". Estas "não devem ser punidas por actos cometidos quando estão na posição de vítimas" e seria necessário "um apoio financeiro continuo das organizações da sociedade civil e da Igreja" que trabalham neste âmbito.

Diante da "complexidade e da gravidade" da situação e olhando para as "novas formas que o tráfico assume hoje", a COMECE e a Kek decidiram formular, nas próximas semanas, uma série de propostas e recomendações para as Comissões Europeias.

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