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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Pais e mãe unidos contra o género: "emergência social e antropológica"

Entrevista com líder de Comissão composta por pais italianos para impedir a implementação da ideologia do género nas escolas


Roma, 25 de Novembro de 2014 (Zenit.org) Federico Cenci


Desta vez é apropriado dizer: no exterior estão mais adiante do que nós. Na Alemanha, locomotiva da Europa, chegaram a enviar um mandado de prisão a pais contrários à ideia de que a sua filha de oito anos participasse de curso extracurricular em escola comprometida com a ideologia de género.

Um número crescente de famílias em toda a Europa está se levantando: antes que a degeneração se torne a norma, associações e comissões são formadas para reafirmar o direito prioritário dos pais de educar seus filhos de acordo com suas crenças e conter a entrada nas escolas da cultura da desconstrução antropológica. Entre as várias iniciativas, formou-se na Itália a Comissão Artigo 26. No dia em que começa a "Semana Nacional contra a Violência", Zenit entrevistou Maria Chiara Iannarelli, professora primária e mãe de cinco filhos, chefe do Comité Artigo 26.

ZENIT: De onde surgiu a ideia de criar uma Comissão?
Maria Chiara Iannarelli: A iniciativa deriva da necessidade de não se sentir sozinha em frente à chegada das teorias de "género" nas escolas italianas e do desejo de afirmar como reconhecido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, art. 26: "Os pais têm o direito primário de escolher o tipo de educação que deve de ser dada aos filhos”.  O coração da Comissão é a aliança entre pais, professores e especialistas que, de dentro da escola, confirmam o risco de tais iniciativas. O objectivo não é apenas monitor, mas se comprometer com a continuidade da educação: a escola e a família. Mais e mais pais estão se unindo para enfrentar esta emergência social e antropológica, de forma pacata mas assertiva.

ZENIT: Sobre teorias de "género", recentemente foi disponibilizado para os pais de alunos um documento que é um pedido de consenso para dirigentes escolares. O que é isso?
Maria Chiara Iannarelli: É uma ferramenta simples com a qual é possível solicitar que a escola informe sobre as actividades relacionadas as questões afectivas e sexuais, a fim de avaliar e consentir ou não a participação de seus filhos. Nem sempre há transparência sobre o conteúdo dos projectos ou sobre os requisitos de especialistas externos utilizados pela escola. Em alguns casos, as instituições ou os professores promovem actividades que não levam em conta as crenças das famílias. Em algumas escolas de educação infantil, são propostas fábulas gays para crianças de dois ou três anos, o que está causando uma grande preocupação. Acreditamos que esta abordagem, embora com objectivos comuns, propõe uma metodologia inaceitável e manifesta infelizmente apenas um caminho. Nós incentivamos os pais a assumirem a tarefa da educação, que não admite procuração.

ZENIT: Em setembro, foi realizado em Roma uma conferência nacional intitulada "Educar para as diferenças". Qual foi o objectivo?
Maria Chiara Iannarelli: Da conferência, organizada pela Scosse - associação que já formou professores de 17 escolas e jardins de infância de Roma - participaram representantes do feminismo radical e do movimento LGBT - com o objectivo de reforçar nas escolas as iniciativas sobre género e sobre ''educar para as diferenças". A partir dos documentos que surgiram - difundidos na internet - foram discutidas apenas as discriminações sobre orientação sexual. Afirmou-se a necessidade de promover na escola, para faixa etária de 0 a 6 anos, o transgénero, o transexualismo e a intersexualidade, a fim de fazer conhecer e implementar as directrizes da OMS (Standard per l’Educazione Sessuale in Europa, ed), que inclui a masturbação infantil para crianças entre 0 e 4 anos. É legítimo esta expressão? Que referências culturais estão por trás de certos projectos educativos, se estas são as premissas? É justo impedir os pais que estão interessados nestas questões de se manifestarem, por motivos pessoais e convicções exageradas, e não educar seus filhos ao acolhimento? É lícito que o convite à inclusão não justifique certas propostas? No evento foi solicitado a distribuição da cartilha da Unar (Ufficio Nazionale Antidiscriminazioni Razziali) já retirada pelo Ministério da Educação, produzida pelo Instituto Beck, que faz parte de uma estratégia, em colaboração com 29 associações LGBT e nenhuma associação de pais.

ZENIT: A acusação mais frequente dada àqueles que se opõem a estes projectos escolares, é a de homofobia. Você poderia explicar por que uma mobilização como a de vocês não tem nada a ver com discriminação?
Maria Chiara Iannarelli: É triste constatar que a discussão sobre certas questões seja colocada apenas como polémica. Isso é enganoso. O que tem a ver necessidade de educar os jovens ao respeito por todos, com a alegação - pedagogicamente não demonstrada – de empurrá-los a uma sexualização precoce, indiferença sexual, causando confusão sobre sua orientação sexual? Acreditar que não se nasce homem ou mulher, mas que você pode escolher e colocar em questão o natural conceito de família natural são iniciativas baseadas nas "teorias de género" e difundidas hoje sem considerar as circunstâncias individuais dos alunos, o contexto familiar e sem um debate social, político e cientifico. Não é aceitável que qualquer afirmação crítica sobre o assunto seja considerada discriminação, em um país que por sinal é considerado um dos mais gay-friendly do mundo. Isso é perigoso também no âmbito social; poderia gerar divisões, incitando o combate. O nosso país hoje não precisa disso. Desejamos abordar questões específicas no diálogo, a nível racional, sem fazer ideologia, especialmente sobre as crianças. Demonstramos que temos um posicionamento. Reiteramos que é uma questão de razão e senso comum, compartilhada por todos, e que urge a informação sobre o que está realmente acontecendo.

ZENIT: Na França, no ano passado, alguns pais conseguiram realizar uma grande campanha de protesto contra a introdução da ideologia do género nas escolas. Culminando em um boicote chamado "Um dia do mês sem escola". Na Itália há algo similar?
Maria Chiara Iannarelli: Na Itália há uma proposta semelhante, pensada pela Age, tradicional associação de pais. Todos esperam claramente que não seja necessário chegar a esse ponto, e que as escolas respeitem o que é reconhecido aos pais no artigo 30 da nossa Constituição: "É dever e direito dos pais manter instruir e educar os filhos". Os pais esperam hoje este reconhecimento com maior determinação.

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