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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Continuação do congresso sobre as grandes cidades

Palavra e Vida, do arcebispo de Barcelona


Barcelona, 26 de Janeiro de 2015 (Zenit.org) Cardenal Lluís Martínez Sistach


O papa Francisco enviou duas mensagens ao Congresso sobre a Pastoral das Grandes Cidades. A primeira foi lida no ato de celebração de 25 de Novembro, na basílica da Sagrada Família [em Barcelona]; a segunda foi o discurso espontâneo que ele dedicou a todos nós, participantes da segunda fase, quando nos recebeu em audiência no dia 27 de Novembro. Eram dias muito intensos para o Santo Padre, com suas viagens ao Parlamento Europeu dois dias antes e à Turquia no dia seguinte. Ele nos fez um discurso bem dele, comunicando-nos a sua longa experiência de pastor em Buenos Aires, um conjunto urbano que tem 11 dioceses e 13 milhões de habitantes.

Na audiência, de quase uma hora de duração, Francisco nos desenhou como ele vê a Igreja em uma grande cidade. A primeira coisa que ele pede a essa Igreja é uma mudança de mentalidade, uma conversão para uma actividade evangelizadora que dialogue com a multiculturalidade da cidade grande, que não tenha medo do pluralismo e do facto de que a mensagem da Igreja não é mais a única referência cultural da cidade e, com frequência, nem sequer é escutada.

O papa Francisco pede também uma Igreja sensível à religiosidade do povo, com a leitura profunda feita pelas dioceses latino-americanas, em especial no documento de Aparecida. Nesse texto, o cardeal Bergoglio teve um papel de muito destaque, já que foi ele o chefe do grupo de redacção desse documento que resume o pensamento da última conferência geral dos bispos da América Latina e do Caribe.

Francisco contempla, na cidade grande, uma Igreja que sai de si mesma, que não espera que as pessoas venham a ela, mas que vai ao encontro de todos na medida das suas possibilidades; uma Igreja samaritana, aludindo à famosa parábola do Evangelho, que quer estar no meio da cidade, a serviço de todos, principalmente dos mais pobres e marginalizados, dos que mais sofrem.

Na mensagem papal que foi lida na basílica da Sagrada Família, o papa diz: "Eu me alegro com os esforços realizados e encorajo todos a continuar reflectindo criativamente sobre a maneira de encarar a missão evangelizadora nos grandes núcleos urbanos, cada vez em maior expansão".

O Santo Padre nos convida a continuar trabalhando na pastoral das grandes cidades. Em minha saudação do início da audiência, fiz referência a este ponto da sua mensagem e lhe disse que estávamos dispostos a continuar. Não pode ser um fato isolado, mas o início de um processo.

Tenho, neste sentido, duas previsões: a constituição de uma fundação que se dedique a fomentar o estudo das grandes cidades para oferecer elementos e meios para a pastoral das grandes concentrações urbanas; e, em segundo lugar, a celebração de uma jornada diocesana dedicada em especial a ver como o conteúdo do congresso e os ensinamentos do papa interpelam a nós, como sacerdotes e leigos da nossa arquidiocese, que é eminentemente urbana.

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