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sábado, 28 de fevereiro de 2015

Mutilação forçada na Índia

Análise de Bioética da Universidade Católica de Valência San Vicente Mártir


Roma, 26 de Fevereiro de 2015 (Zenit.org) Justo Aznar


De 2013 a 2014, foram realizadas na Índia mais de 4 milhões de esterilizações forçadas, a maioria sendo a retirada das trompas das mulheres.

A morte de 16 mulheres no estado de Bilaspur, depois da remoção das trompas para esterilização, despertou a indignação pública na Índia.

Essas mortes estão relacionadas com as precárias condições sanitárias onde estas intervenções são executadas. Tornou-se público também que um único cirurgião esterilizou 83 mulheres em poucas horas, em um ambiente cirúrgico sem os padrões básicos de higiene.

A causa exacta da morte dessas mulheres é desconhecida porque não há dados post-mortem das falecidas ou registos médicos das que sobreviveram.

Por outro lado, as autoridades de saúde detectaram que foram administrados antibióticos adulterados após as intervenções cirúrgicas, o que poderia ter favorecido a morte das pacientes.

As campanhas de esterilização forçada em massa na Índia são promovidas para tentar conter o crescimento demográfico no país, o que derrubou as taxas de fertilidade de 3,6 em 1991 para 2,4 no de 2012, embora haja uma grande variação entre os diferentes estados. Bihar tem uma taxa de fecundidade de 3,5% (Lancet 384; E68-E69, 2014).

Parece razoável analisar políticas que regulam a fertilidade em países com alta densidade demográfica, mas essas políticas devem ser coerentes com a liberdade e a dignidade da pessoa, e nunca mutilação forçada realizada fora dos padrões sanitários, que objectivamente são problemas éticos.

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