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sábado, 28 de março de 2015

De onde vem as palmas do Domingo de Ramos no Vaticano?

Da cidade espanhola Elche, a grande palma que será colocada no obelisco. Por tradição que remonta a 1585, mais de 2.000 palmas chegam de Sanremo ao Vaticano


Roma, 27 de Março de 2015 (Zenit.org) Rocio Lancho García


No Domingo de Ramos renova-se a tradição de enviar da cidade espanhola de Elche ao Vaticano, as palmas que serão utilizadas na bênção antes da celebração eucarística, e colocadas ao lado do obelisco no centro da praça. Outras palmas serão entregues ao Santo Padre, aos cardeais e fiéis presentes na Praça de São Pedro, provenientes da cidade italiana de Sanremo. Como diz a tradição, as palmas são trabalhadas individualmente por professores que, com grande habilidade, deixam as folhas especialmente preparadas para a ocasião.

A cidade de Elche seguiu a tradição, e dias antes do início da Semana Santa, enviou as palmas brancas que serão entregues a algumas personalidades no Domingo de Ramos. Entre elas, o Papa Francisco. A palma colocada sobre o obelisco é uma criação do atelier Serrano Valero. Uma empresa familiar que há mais de cinco gerações se dedicada ao trabalho desta palma branca.

ZENIT entrevistou Paqui Serrano, uma das funcionárias deste atelier. Ela explicou que a tradição de enviar ao Vaticano uma palma confeccionada por eles tem mais de 20 anos.  "É um pedido da prefeitura, um presente que a cidade de Elche faz ao Papa e ao Vaticano a cada ano". As palmas enviadas são duas, uma trabalhada artesanalmente e outra lisa. A palma de Elche, até o momento, é a que fica no obelisco, abaixo do crucifixo, para bênção antes da missa. É uma peça muito grande, com cerca de três metros de altura, informa Paqui. A tarefa de produzir a palma envolve todos os trabalhadores da loja, entre 5 e 6 pessoas. Sendo uma empresa familiar, todos os dias trabalham apenas eles, mas quando chega este período outros parentes e amigos colaboram. "Para nós é uma honra que a cada ano o município nos faça este pedido. É também motivo de orgulho ver que uma peça tão importante, que trabalhamos no atelier com muito carinho, esteja na Praça de São Pedro visível para todos. Quando vemos no dia, ficamos emocionados", diz Paqui.

Muito mais antiga é a tradição das palmas provenientes de Sanremo, por um privilégio antigo que o Capitão Bresca obteve em 1586 de entregar à Igreja de São Pedro as palmas para o Domingo de Ramos.

O Capitão Benedetto Bresca estava em Roma, na Praça de São Pedro no dia 10 de Setembro de 1586, dia que foi elevado o obelisco egípcio, solicitado pelo Papa Sixto V. Elevar o obelisco, de 26 metros de altura e 350 toneladas era uma tarefa difícil, por isso o Papa pediu aos fiéis reunidos na praça silêncio absoluto. Mas o capitão desafiou a ordem e gritou "Aiga ae corde" (água nas cordas - em dialecto da Ligúria) no momento em que as cordas que prendiam o obelisco, muito apertadas, parecia que iriam ceder. Por sua experiência marítima, o capitão sabia que as cordas molhadas impediriam que escorregasse. E assim, o Papa quis recompensá-lo e perguntou-lhe se ele mesmo poderia escolher a forma. Então, Bresca pediu o privilégio, a ele e a seus descendentes, de fornecer as palmas pascais ao Pontífice. Desde então, a tradição se mantém viva.

Além disso, neste ano, alguns galhos de oliveira que serão distribuídos aos fiéis presentes na Praça de São Pedro, no Domingo de Ramos, chegarão da região Cerignola, Itália. Conforme comunicado pelo Vigário Geral da Diocese de Cerignola-Ascoli Satriano.

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