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terça-feira, 23 de junho de 2015

Síria: Cardeal Scola pede um corredor humanitário em Aleppo

O cardeal italiano denuncia que a cidade síria é como "uma nova Sarajevo". As lutas pelo controle da localidade afetam gravemente a população civil

Roma, 22 de Junho de 2015 (ZENIT.org) Ivan de Vargas

O Arcebispo de Milão, o cardeal Angelo Scola, pediu nesta sexta-feira para a comunidade internacional pensar em estabelecer "pelo menos um corredor humanitário" para tentar "aliviar" a cidade de Aleppo, uma das mais atingidas pelo conflito na Síria. 

Em declarações recolhidas pela imprensa libanesa, o cardeal Scola denunciou que “o sofrimento que existe em Aleppo não pode ser aceito: é como uma nova Sarajevo!", em referência à cidade martirizada dos Balcãs, recentemente visitada pelo Papa Francisco. 

"O problema é que a Europa deve assumir o controle desta situação, pelo menos tentar entende-la", observou, enquanto destacou a necessidade de iniciativas que incluam o plano do Santo Padre sobre “a intervenção humanitária como uma possibilidade de libertação”. 

Assim, acrescentou, “seria possível que todos restaurassem um humanismo fruto de uma ideia de amizade cívica n qual os cristãos têm muito a dizer”.

Durante sua visita ao Líbano, o cardeal italiano abordou a guerra na Síria, destacando que este país está “em uma situação de extrema gravidade”, e enfatizou especialmente Aleppo, a maior cidade do norte.

A cidade síria está dividida entre adversários, presentes no leste, e tropas do governo do presidente Bashar al-Assad, estabelecidas no oeste. A presença do armado Frente Al Nusra, ramo do Al Qaeda no país, complicou ainda mais a situação. Os combates pelo controle de Aleppo afetam seriamente a população civil. 

O arcebispo de Milão também se referiu à situação de instabilidade que o Líbano vive, em parte por causa da violência no país vizinho, que já atingiu mais de um milhão de refugiados nos últimos quatro anos. 

Na Síria, de acordo com as Nações Unidas e diversas ONG, desde 2011 morreram 220 mil pessoas. Só o genocídio da Ruanda em 1994, que custou entre meio milhão e um milhão de vidas em apenas dois meses de massacres, supera em velocidade assassina a guerra síria. 

O primeiro país beneficiário dos refugiados sírios é a própria Síria: seis milhões de pessoas foram deslocadas dentro do seu próprio país. Quase quatro milhões mais fugiram para os países vizinhos. A Turquia é o primeiro destinatário, com 1,7 milhões de refugiados. O Líbano é o lar de 1,2 milhão. No Egito estão 144 mil. Mais de 600 mil estão na Jordânia. Até o Iraque recebeu refugiados da Síria, cerca de 220 mil. Estes são números que, como disse o cardeal Scola, comparando Aleppo com Sarajevo – só competem nos deslocamentos causados ​​pelas guerras dos Balcãs.



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