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sábado, 12 de setembro de 2015

Cuba: amnistia para 3.522 prisioneiros pela visita do Papa

Foi concedido pelo Conselho de Estado, informou o jornal Granma, como aconteceu em viagens de João Paulo II e Bento XVI

Roma, 11 de Setembro de 2015 (ZENIT.org) Ivan de Vargas

O Governo de Cuba dará a amnistia para 3.522 prisioneiros por ocasião da visita do Papa Francisco à ilha na próxima semana, uma medida já tomada pelo Conselho de Estado nas outras visitas apostólicas anteriores, de João Paulo II e Bento XVI.

Os prisioneiros agraciados foram escolhidos "considerando a natureza dos crimes, seu comportamento na prisão, o tempo de cumprimento da sanção e razões de saúde”, informou nesta quinta-feira à noite o jornal Granma. "Esta decisão entrará em vigor no prazo de 72 horas", acrescentou.

Entre aqueles que serão libertados destacam pessoas com mais de 60 anos de idade, jovens menores de 20 anos sem antecedentes criminais, doentes crónicos, mulheres, muitos que deveriam beneficiar da liberdade condicional no ano 2016, e uma parte daqueles que cumprem a pena e trabalham em condições abertas, bem como estrangeiros cujo país de origem garanta a sua repatriação, explicou o órgão do Comité Central do Partido Comunista de Cuba (PCC).

"Com algumas exceções por razões humanitárias, não foram incluídos sancionados por delitos de assassinato, homicídio, estupro, pederastia com violência, corrupção de menores, roubo e abate ilegal de gado maior, tráfico de drogas, roubo com violência e intimidação contra pessoas em suas formas agravadas, nem aqueles por crimes contra a segurança do Estado", destacou o jornal cubano.

No caso dos estrangeiros, o jornal oficial do PCC destacou que "o Ministério das Relações Exteriores coordenará com as missões diplomáticas acreditadas em Cuba daqueles países cujos cidadãos foram beneficiados pelo perdão, as medidas a serem tomadas para a partida definitiva destes".

Também assegurou que "o Ministério do Interior vai coordenar com os ministérios do Trabalho e da Segurança Social e Saúde Pública, e com os respectivos conselhos de administração provinciais do Poder Popular e do Município Especial Isla de la Juventud as ações necessárias para a reinserção e a atenção médica dos perdoados que pedirem”.

A nota publicada no jornal Granma não esclarece se os nomes dos amnistiados coincidem com as listas que promoveu a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN), as petições da Igreja Católica em Cuba ou outras entidades da sociedade civil. Muito menos faz menção àqueles que estão presos sem terem sido julgados.

O Santo Padre vai viajar para Cuba entre o 19 e o 22 de setembro, numa viagem que o levará depois aos Estados Unidos. O Pontífice visitará as cidades da Havana, Holguín e Santiago de Cuba, no oeste do país, uma viagem considerada histórica, já que o Papa Francisco interveio no processo de degelo entre Havana e Washington.

(11 de Setembro de 2015) © Innovative Media Inc.
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