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terça-feira, 24 de novembro de 2015

Homilia do Papa: A Igreja é como a viúva que espera o seu esposo

Nesta segunda-feira, o Papa exortou a deixarmos de lado “todas as coisas que não servem, que não são de ajuda à fidelidade”

Roma, 23 de Novembro de 2015 (ZENIT.org) Luca Marcolivio

A Igreja não deve se arranjar com as coisas do mundo, como evidenciado pelo Evangelho de hoje (Lc 21,1-4) sobre a viúva que depositou tudo o que tinha. Foi o que disse o Papa Francisco na homilia da missa matutina celebrada na capela da Casa Santa Marta.

Na famosa parábola, Jesus compara a generosidade da viúva que depositou mais do que todos, depositou no Templo "tudo o que tinha para viver", enquanto os ricos deram apenas o seu supérfluo.

Na Bíblia, disse o Pontífice, “a viúva é a mulher solitária que não tem o marido para protegê-la; a mulher que deve se arranjar como pode, que vive da caridade pública”. A viúva desta passagem do Evangelho “era uma viúva que tinha a sua esperança somente no Senhor”.

O Santo Padre identificou nas viúvas do Evangelho "a imagem da viuvez da Igreja que espera o retorno de Jesus”.

A Igreja é, de fato, a "esposa" de Jesus, mas “o seu Senhor foi embora e o seu único tesouro é o seu Senhor”. “Quando a Igreja não é fiel ou não é muito fiel ou não tem muita fé no amor de seu Senhor procura se arranjar com outras coisas, com outras seguranças, mais do mundo que de Deus”, afirmou o Papa.

No Evangelho destacam-se outras histórias de viúvas como Nain, que chorava sozinha com o caixão do filho. "Sim, as pessoas tão boas, a acompanhavam, mas o seu coração estava só", explicou o Papa.

Depois, a viúva importuna, que defende os seus filhos diante do "juiz iníquo", tornando "a sua vida impossível, batendo à sua porta todos os dias", dizendo "faça-me justiça".

A Igreja, portanto, é a "viúva que reza, intercede por seus filhos. Mas o coração da Igreja está sempre com seu Esposo, com Jesus”.

A alma dos homens, continuou Francisco, citando os pais do deserto, “se parece tanto à Igreja”, quanto mais próxima de Jesus, mais “se afasta de tantas coisas mundanas, coisas que não servem, que não ajudam e que afastam de Jesus”.

Enquanto isso, Igreja espera o seu esposo e "chora por seus filhos, luta por seus filhos, dá tudo aquilo que tem porque seu único interesse é o seu esposo".

Nesta expectativa, a Igreja pode ser fiel a esta espera ou não, procurando "seguranças em outras realidades", tornando-se uma Igreja "morna, medíocre, a Igreja mundana".

O Pontífice em seguida, questionou: “As nossas almas procuram segurança somente no Senhor ou procuram outras seguranças que o Senhor não gosta?”.

Por fim, o Papa Francisco convidou a refletirmos se a nossa alma “é como esta Igreja que Jesus quer”, que deixa de lado “todas as coisas que não servem, que não são de ajuda à fidelidade”.

(23 de Novembro de 2015) © Innovative Media Inc.
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