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sábado, 28 de novembro de 2015

Porque se faz tarde…

Volvidos mais de dois mil anos sobre o seu nascimento, hoje ainda são muitos os que não ouviram falar de Cristo. A missão de O dar a conhecer – diz-nos S. João Paulo II – não é exclusiva dos ministros sagrados ou do mundo religioso, mas deve abarcar o âmbito dos leigos, da família e da escola. Todo o cristão deve participar na tarefa da formação cristã e deve sentir a urgência de evangelizar. Mas para isso tem de se olhar bem para Cristo, conseguir vencer a preguiça, o comodismo e sair da sua torre de marfim que cada um tende a construir à sua volta.
 
Jesus espera-nos e continua a falar a cada um de nós, pessoalmente, na intimidade da oração, e de uma maneira ainda mais palpável quando lemos o Evangelho. Temos que aprender a fazê-lo projectando os seus ensinamentos e apelos sobre o pano de fundo do nosso quotidiano.
 
“Quando abrires o Santo Evangelho, pensa que não só deves saber, mas viver o que ali se narra, foi registado, detalhe por detalhe, para que o encares nas circunstâncias concretas da tua existência”. Lê-lo diariamente foi o percurso dos santos”.
 
As palavras de Jesus encerram uma sabedoria infinita, pois fala das coisas mais sublimes com as palavras mais simples, a sua doutrina é compreendida por todos está ao alcance de qualquer homem, não obstante a sua cultura, raça, formação ou idade.
 
Toda a vida do Senhor foi um ensinamento contínuo: o seu silêncio, os seus milagres, os seus gestos, a sua oração, o seu amor pelo ser humano, a sua predilecção pelos mais pequenos, pelos doentes e pelos pobres. Cristo revelou Deus aos homens e o homem a si mesmo, na medida em que falou como um Mestre que salva, santifica, guia e continua connosco a caminhar em todos os dias da nossa vida para nos salvar.
 
Na leitura do Santo Evangelho, encontramos o próprio Cristo que nos fala, ensina e consola. Com Ele aprendemos a conhecê-Lo cada vez melhor, a imitar a Sua vida, a amá-Lo e a tirar ensinamentos para o nosso dia.
 
Passamos a ser mais uma personagem das Sagradas Escrituras, caminhamos com Cristo na estrada da nossa existência e seria muito bom detê-Lo junto de nós – fica connosco Senhor, dizia o discípulo de Emaús, porque se faz tarde e o dia está a chegar ao fim.
 
Não ponhamos limites ao Senhor, tal como Pedro não os pôs. “Se és homem do mar alto, agarra com firmeza o teu leme. Se te dás a Deus, dá-te como os santos se deram. Que nada prenda a tua atenção e te desvie da marcha que empreendeste: és de Deus. Se te dás, dá-te para a eternidade. Nem as vagas, nem a ressaca abalarão os teus alicerces. Deus apoia-se em ti; mete também ombros ao trabalho, e navega contra a corrente. Duc in Altum! Lança-te às águas com a audácia dos ébrios de Deus”. 

Maria d´Oliveira





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