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sábado, 27 de fevereiro de 2016

“O terrorismo não é o Islão”, diz o reitor da universidade de Al-Azar

Ahmed al Tayyeb disse que a guerra na Síria, Iraque e Iémene, está sendo provocada pela divisão entre os muçulmanos schiitas e sunitas


Mapa de Indonesia (Wiki commons)

O grande ímã, reitor da Al-Azar University do Cairo, Ahmed Al Tayyeb, a principal academia teológica sunita, declarou nesta semana que “o terrorismo não faz parte do Islão”. A notícia retomado pelo jornal do Vaticano L’Osservatore Romano e antecipada pela Agência FIDES, disse que Tayyeb está participando de um congresso internacional organizado na Indonésia pelo Conselho Muçulmano dos anciãos, organização com sede em Abu Dhabi, destinada a obter uma maior tolerância diante das diferentes correntes do Islão.

O reitor disse que neste momento o maior desafio do mundo islâmico é que “as diferenças entre as doutrinas não são toleradas e se transformam facilmente em violência”. 

A guerra que destruiu a Síria, Iraque e Iémene, “está sendo causada pela divisão entre os muçulmanos xiitas e sunitas”, esclareceu o imã que, além do mais, disse: “Não há mal nenhum em seguir uma escola ou doutrina particular e ninguém pode afirmar o que representa exclusivamente o verdadeiro e autêntico Islão “.

O reitor Al Tayyeb teve um encontro, além do mais, com o presidente da Indonésia, Joko Widodo, que pediu ao líder sunita que defenda o rosto moderado do Islão. Também o ex-ministro de Relações Exteriores, Alwi Shihab, pediu ao grande Imã que “difunda a sua visão e os seus pensamentos às comunidades islâmicas da Indonésia”.

Por outro lado, em uma entrevista, o professor de políticas sociais da Universidade Islâmica de Syarief Hidayatullah, disse à agência de notícias Asia News, que a Universidade de Al-Azhar “é o ícone central dos estudos islâmicos em todo o mundo”.

Outra fonte académica consultada pela Asia News, Ali Mushanif, professor de políticas sociais da Universidade Islâmica de Syarief Hidayatullah, garante que “Al Tayyeb é a principal referência das outras nações muçulmanas quando tem a ver disputas internas do islão, como o conflito entre sunitas e xiitas”.

Historicamente, continua o professor, “Al-Azhar sempre teve uma visão moderada do conflito com os xiitas, e nunca chegou a dizer que estão fora da lei. Mas acho que a visita é também um modo de reafirmar o predomínio dos sunitas. Com mais de 200 milhões de muçulmanos, a Indonésia tornou-se um país estratégico para manter a unidade do Islão, onde se pode prevenir sintomas da rivalidade entre sunitas e xiitas” que na Indonésia são menos de 1%. 

Também para Qasim Mathar, da Universidade Islâmica de Makassar (Sulawesi do Sul), a viagem de Al Tayyeb é importante “não só porque a Indonésia é o país muçulmano moderado mais populoso do mundo, mas também porque está lutando contra o fundamentalismo e radicalismo islâmico, que não estão em conformidade com as escolas de pensamentos difundidas por Al-Azhar”.


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