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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Beja: Diocese encerra hoje percurso sinodal de quatro anos

«O mais importante foi abrir a diocese a todos os batizados», refere D. António Vitalino

Beja, 04 jun 2016 (Ecclesia) – O bispo de Beja e as comunidades cristãs vão viver hoje o encerramento do Sínodo Diocesano que foi convocado com o propósito de “envolver mais o povo de Deus” e “alguma representação” das comunidades em reflexão.

“Creio que o mais importante foi abrir realmente a diocese a todos os batizados e sobretudo àqueles que têm interesse em construir esta igreja que tem de ser sempre sinodal, como depois do Concílio Vaticano II se tem acentuado”, disse D. António Vitalino à Agência ECCLESIA.

O bispo diocesano lembrou que, aquando da convocação do Sínodo Diocesano de Beja, o clero foi desafiado a “ouvir e escutar a opinião de outras pessoas, de leigos".

D. António Vitalino considera que foi importante a caminha sinodal para que se veja que a diocese “tem interesse em saber a opinião de todas as pessoas”, em escutá-las sobre o modo como “veem a Igreja e a diocese”.

A última Assembleia Sinodal vai decorrer a partir das 10h00 deste sábado e o encerramento do Sínodo Diocesano durante a tarde.

Este foi o primeiro sínodo que a Diocese de Beja viveu, desde a sua restauração em 1770, e o prelado revela que “sempre” considerou que ia “ser um pouco difícil” essa vivência devido “à dispersão e às longas distâncias” entre as comunidades e entre “as paróquias e a sede da diocese”.

“Não se podia exagerar em muitas reuniões que tinham de ser mais a nível local e foi isso que aconteceu”, observa o bispo responsável pela comunidade do Baixo-Alentejo que projetou uma vivência sinodal para quatro anos.

D. António Vitalino assinala que as pessoas, às vezes, “cansam-se rapidamente ou têm outros interesses” e se no primeiro ano do sínodo, sobre o tema ‘A verdade libertará’, “houve bastante entusiasmo, criaram-se bastantes grupos” - jovens, adultos, de serviços e de movimentos – os números foram reduzindo ao longo dos últimos anos.

O bispo de Beja, que este ano completa 75 anos, deseja que o bispo coadjutor, D. João Marcos, possa “dar continuidade” à criação de uma Igreja “mais colegial, mais sinodal”, em que os grupos, serviços, movimentos e os órgãos “devem funcionar” não apenas com a vontade do padre ou do bispo.

“Espero que não andemos para trás, que as pessoas mais conscientes da sua dignidade batismal possam continuar a interessar-se pela comunidade e a terem em atenção as suas finalidades, sobretudo os mais pobres, os mais idosos, os que vivem sós”, desenvolve D. António Vitalino.

O prelado que está quase há 18 anos na Diocese de Beja destaca que foi um percurso “positivo” nuns setores e houve “regressão noutros” como a prática religiosa cujo recenseamento de 2013 revelou que “desceu um bocadinho em relação a 2001”, num Alentejo com relativamente pouca gente que se “faz notar nas diferentes comunidades”.

“O povo de Deus é que dirá se as coisas caminharam para a frente ou não”, comenta o bispo de Beja que quando deixar a diocese pretende regressar à Ordem do Carmo (Carmelitas).

CB/PR

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