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segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Nossos? Não!

Não há relação mais umbilical do que a que desenvolvemos com cada um dos nossos filhos. Construímos esta relação desde que nascem e que têm uma total dependência de nós, são um prolongamento da nossa existência carnal, cuidamos do ar que respiram.

Cada filho é diferente e considero que não sou a mesma mãe para cada um deles. Quase por magia adivinho as suas necessidades, tento dosear as conversas, o carinho, o tempo… À medida que o tempo passa, que crescem e que se vão afirmando com a sua personalidade, pensamento próprio e fazem as primeiras opções, vou sendo inundada por um medo silencioso de que não sejam capazes de ser felizes – será que vão trilhar um caminho seguro em direção ao seu bem e à sua felicidade? Nesta fase percebo que o grande desafio é confiar e dar espaço. Confiar que, acima de toda a humanidade e falibilidade pessoal, há Alguém que nada mais quer que o nosso bem. Alguém que tudo concerta e permite tendo como única preocupação o bem maior de cada um de nós. É o momento de restituir quem nos foi confiado e esperar. Respeitar o espaço. Nunca deixar de amar. Passar para a retaguarda. Desenvolver uma estrutura de aço para os deixar livres, para tomarem conta  da sua vida, sem nunca sairmos de cena, nem abdicarmos dos valores e da vida que sempre tentámos transmitir.

Neste exercício diário, nesta luta de êxitos e fracassos, uma das coisas mais importantes é perceber que os filhos são joias com um valor incalculável, que não nos pertencem, que são grandes demais para serem nossos.

Feliz e eternamente grata ao Nuno, à Inês ao Francisco e ao Diogo








Isabel Alexandre


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