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segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Diaconisas na Igreja

“Depois de intensa oração e amadurecida reflexão, Sua Santidade, o Papa Francisco, decidiu instituir uma Comissão de Estudo sobre o Diaconado das Mulheres”.

Este grupo de peritos, sem poderes deliberativos, apresentará um estudo sobre a questão teológica e a possibilidade de haver ou não mulheres ordenadas no grau do diaconado. É constituída por doze pessoas, seis mulheres e seis homens, todos teólogos de várias áreas, de renome internacional, uns com pendor mais conservador e outros mais progressistas, para que o equilíbrio possa estar presente no resultado do trabalho.

Na Igreja Católica, como na Ortodoxa, o Sacramento da Ordem é circunscrito aos homens. Apenas nalgumas Igrejas Reformadas, o diaconado e o sacerdócio são possíveis às mulheres.

A Tradição refere a existência de diaconisas na Igreja do Oriente até ao século IV e os Padres da Igreja, até S. João Crisóstomo, testemunham que, juntamente com os diáconos, as diaconisas colaboravam com o Bispo e com os presbíteros: eram responsáveis pelo serviço e por prover às necessidades materiais dos pobres da comunidade. Todavia, a questão que agora se coloca não é se existiram ou não diaconisas, mas se o diaconado antigo se pode equiparar ao Sacramento da Ordem, como o entendemos hoje.

A Teologia considera o grau dos diáconos como o primeiro grau do sacramento da Ordem, o segundo grau é o Presbiterado e o terceiro grau o Episcopado, não havendo ainda acordo entre os teólogos sobre se o diaconado da Igreja Antiga era sacramental ou “apenas funcional”.

No início do seu pontificado, o Papa tinha afirmado que o “génio feminino” deveria estar mais presente, não só genericamente, mas nos lugares decisórios, onde se exercita a autoridade dentro da Igreja. Foi na sequência desta linha de fidelidade à história, de contínuo retorno à fonte evangélica, mas também de actualização no modo de agir e de evangelizar, que o Santo Padre institui esta comissão de estudo sobre o diaconado feminino.

Suzana de Jesus



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