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quinta-feira, 30 de março de 2017

As Aparições de Nossa Senhora em Fátima, em 1917...

1.ª Parte: - Fátima era, no início do século XX, uma pequena aldeia desconhecida, pacata e tranquila, nas colinas da Estremadura.

O mundo estava a braços com a 1.ª Guerra Mundial, vivendo uma grave crise económica. Portugal onde o anti – clericalismo grassava, padecia uma profunda crise política.

Os cerca de dois mil habitantes desta pequena aldeia, Aljustrel, viviam da pastorícia, da agricultura e da produção de tecidos. A 13 de Maio de 1917, três crianças apascentavam um pequeno rebanho na Cova da Iria, freguesia de Fátima, concelho de Vila Nova de Ourém, atualmente diocese de Leiria – Fátima.

Chamavam-se Lúcia de Jesus dos Santos, de 10 anos, Francisco e Jacinta Marto, irmãos e primos da Lúcia, de 9 e 7 anos, respetivamente. Naquele 13 de Maio, por volta do meio-dia, depois de rezarem o Terço como habitualmente faziam, as três crianças brincavam construindo uma pequena paredita. De repente, viram uma luz brilhante; julgando ser um relâmpago, decidiram ir-se embora; começaram a correr mas, um pouco depois, outro clarão iluminou o espaço e viram em cima de uma pequena azinheira, no local onde agora se encontra a Capelinha das Aparições, uma “Senhora mais brilhante do que o sol “, de cujas mãos pendia um terço branco.

A Senhora disse, então, aos três pastorinhos que era necessário rezar muito e convidou-os a voltarem à Cova da Iria nos dias 13 de seis meses consecutivos, sempre àquela hora. As crianças assim fizeram e nos dias 13 de Junho, Julho, Setembro e Outubro, a Senhora voltou a aparecer – lhes e a falar – lhes na Cova da Iria. A 19 de Agosto, a aparição deu-se no sítio dos Valinhos, a uns 500 metros do lugar de Aljustrel, porque, no dia 13, as crianças tinham sido levadas pelo administrador do Concelho para a prisão de Vila Nova de Ourém.

Na última aparição, a 13 de Outubro, estando presentes cerca de 70 000 pessoas a Senhora disse – lhes que era a “Senhora do Rosário” e que fizessem ali uma capelinha em sua honra. Depois da aparição os presentes viram o Milagre prometido às três crianças em Julho e Setembro: o sol, assemelhando-se a um disco de prata, pôde ser visto sem dificuldade e girou sobre si mesmo como uma roda de fogo, e, nesse momento, pareceu que ia precipitar-se sobre a terra, tendo depois voltado ao seu curso normal.

Posteriormente, já sendo Lúcia religiosa, Nossa Senhora apareceu – lhe várias vezes para pedir a Devoção dos Cinco Primeiros Sábados, em reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria e a Consagração da Rússia. Este pedido já Nossa Senhora o anunciara em 13 de Julho de 1917, em Fátima, e fazia parte do chamado “Segredo de Fátima”.

Antes, entre Abril e Outubro de 1916, aparecera um Anjo aos três videntes que se identificara com o Anjo da Paz, o Anjo de Portugal: convidara-os à oração, e à penitência, e deu – lhes a Sagrada Comunhão, em preparação das aparições marianas.

Em 1918, no lugar das aparições foi construída uma pequena capela, destruída em 1922, por um atentado bombista, e depois reedificada.

O Santuário de Fátima foi construído na Cova da Iria, localizando-se a Capelinha no lugar das aparições de Nossa Senhora. O local exato está assinalado por uma coluna de mármore sobre a qual é colocada a imagem da Virgem Santíssima.

2.ª Parte: - No Cinquentenário das Aparições em 1967, o Papa Paulo VI visitou o Santuário de Fátima, que também acolheu por tês vezes o Papa João Paulo II, a 12 e 13 de Maio de 1982, no primeiro aniversário do atentado de que foi vítima, em Roma. A 12 e 13 de Maio de 1991, no décimo aniversário desse atentado; e a 12 e 13 de Maio de 2 000. Foi nesta última data, em pleno Grande Jubileu dos 2 000 anos de Jesus Cristo, que os dois videntes já falecidos – Francisco a 4 de Abril de 1919, e Jacinta, a 20 de Fevereiro de 1920 – foram beatificados; e foi anunciada a publicação da versão integral do “segredo de Fátima”.

Lúcia, a única vidente sobrevivente, em 1921 ingressou no Asilo de Vilar (Porto) dirigido pelas religiosas de Santa Doroteia. Mais adiante foi para Tuy – Espanha como Irmã Doroteia. E em 25 de Março de 1948 foi transferida para Coimbra ingressando no Carmelo de Santa Teresa, tomando o nome de Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado. Assistiu no ano 2 000, em Fátima, à beatificação de Francisco e Jacinta pelo Santo Padre João Paulo II, vindo a falecer no ano de 2005 em Coimbra, no Carmelo de Santa Teresa, com 98 anos de idade.

Todos os Papas desde Pio XII, expressaram a sua crença no caráter divino e sobrenatural dos acontecimentos que ocorreram em Fátima. S. João Paulo II atribuiu a sua sobrevivência após a tentativa de assassinato em 13 de Maio de 1981, à intercessão de Nossa Senhora de Fátima.

Em 2010 acompanhámos, em Fátima, na sua visita pastoral o Santo Padre Bento XVI e aguardamos agora com fé e alegria a vinda do Papa Francisco a Fátima, nos dias 12 e 13 de Maio para celebrar o “Centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima, 1917 – 2017 “!  Seja Bem-vindo, Santo Padre!

Em 23 de Março recebemos, com alegre surpresa, a notícia de que o Papa Francisco tinha  aprovado o Milagre e consequente canonização dos Pastorinhos Francisco e Jacinta em data a determinar!

A canonização é, como sabemos, a confirmação por parte da Igreja, que um fiel católico é digno de culto público universal (no caso dos beatos o culto é diocesano), e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade. Assim, brevemente aí os teremos como “pequeninos, muito Grandes Santos”!
Nossa Senhora sabia em quem confiava! Na Sua Mensagem, em resumo, pedia – lhes para viverem e nos transmitirem as Suas preocupações por toda a humanidade.

Em tom maternal dizia – lhes: “Não tenhais medo. Eu não vos faço mal. Vim para pedir que venhais aqui seis meses seguidos, sempre no dia 13, a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero. Em seguida voltarei aqui ainda uma sétima vez”

Os Pastorinhos, impulsionados pelo ambiente do sobrenatural, ajoelharam, rezando a oração que o Anjo lhes ensinara: “Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo … … “

Passados uns momentos, Nossa Senhora acrescentou: “Rezem o Terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra!”

Na aparição do dia 13 de Setembro, anunciou: “Em Outubro farei o milagre para que todos acreditem” Além desse milagre a Virgem Santíssima tinha um pedido especial, que ficou gravado no coração dos Pastorinhos: “Não ofendam mais a Deus, Nosso Senhor, que já está muito ofendido”…

Aos observadores mundanos tal recado poderia parecer “arcaico” ou “irrealista”:  Alguém que vem dos céus para falar de “pecado”? Em que século a autora dessas aparições acha que estamos? Pois é justamente no século XX – em 1917 – que Nossa Senhora aparece e é a mesma mensagem de há 2 000 anos atrás que Ela traz consigo, como nas Bodas de Caná:  “Fazei tudo o que Ele vos disser”   (Jo. 2,5)    e a água converteu-se em vinho!

O Milagre do Sol não apenas confirmou as aparições de Maria em Fátima: ele também visa realizar um milagre muito maior que qualquer outro: A salvação das almas, a conversão dos pecadores; “para que todos acreditem” em Jesus Cristo e, acreditando, pelas obras, consigam a felicidade eterna!
 
Maria Helena Marques
Prof.ª Ensino Secundário







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