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quarta-feira, 22 de março de 2017

Papa em Santa Marta: confissão não é um processo burocrático

Envergonhar-se dos próprios pecados e assim receber o perdão e a graça da generosidade de dá-lo aos outros


Pope Francis during today's Mass in Santa Marta
PHOTO.VA
(ZENIT – Cidade do Vaticano, 2017).- A maravilha que Deus realiza conosco com a sua misericórdia, e de exerce-la depois, com os outros.“Ser perdoados e perdoar: um mistério difícil de entender”. Assim garantiu o Santo Padre na manhã de esta terça-feira durante a sua homilia da missa celebrada em Santa Marta.

O primeiro passo para “penetrar neste mistério”, a grande “obra de misericórdia de Deus”, é envergonhar-se dos próprios pecados, uma graça que não podemos obter sozinhos, disse Francisco.

Falando do Evangelho do dia, o Papa indicou: É o servo que o padrão perdoa apesar de suas grandes dívidas, mas que por sua vez, é incapaz de perdoar seus devedores. “ele não entendeu o mistério do perdão”.

“Se eu pergunto: ‘Vocês são todos pecadores?’ – ‘Sim, padre, todos’ – ‘E para receber o perdão dos pecados?’- ‘Nos confessamos’ – ‘E como você se confessa?’- ‘Vou, digo meus pecados, o padre me perdoa, me dá três Ave Marias para rezar e vou embora em paz’.

“Você não entendeu! Fazendo assim, você foi ao confessionário fazer uma operação bancária ou um processo burocrático. Não foi lá envergonhado pelo que fez. Viu algumas manchas em sua consciência e errou, porque pensou que o confessionário fosse uma lavandaria para limpar as manchas. Você foi incapaz de envergonhar-se por seus pecados”.

Assim, o perdão recebido de Deus, assegurou o Papa, a “maravilha que fez em seu coração” deve poder “entrar na consciência”, caso contrario, “você sai, encontra um amigo, uma amiga e começa e falar pelas costas de alguém, e continua a pecar”.

E “se você não tem consciência de ser perdoado -diz o Papa- nunca poderá perdoar, nunca. Sempre existe aquele comportamento de querer acertar as contas com os outros. O perdão é total. Mas somente se pode fazer quando eu sinto o meu pecado, me envergonho, tenho vergonha e peço o perdão a Deus e me sinto perdoado pelo Pai e assim posso perdoar. Caso contrario, não se pode perdoar, somos incapazes disto. Por esta razão o perdão é um mistério”.

O servo, o protagonista do Evangelho não entendeu a generosidade do patrão é “a hipocrisia de roubar um perdão, um perdão fingido” indicou Francisco.

“Peçamos hoje ao Senhor –concluiu o Pontífice– a graça de entender este ‘setenta vezes sete’. Peçamos a graça da vergonha diante de Deus. E’ uma grande graça! Envergonhar-se dos próprios pecados e assim receber o perdão e a graça da generosidade de dá-lo aos outros, porque se o Senhor me perdoou tanto, quem sou eu para não perdoar?”.

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