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quarta-feira, 28 de junho de 2017

Existe algo mais belo…

Há bem poucos dias, assisti a uma missa comemorativa dos 30 anos da ordenação de um sacerdote. Na realidade, pela simplicidade com que decorreu a celebração, pelas palavras proferidas pelo sacerdote, pelo carinho manifestado pelos fiéis que participaram na cerimónia, fez com que superasse e esquecesse tudo o que o que tinha no pensamento. Existe algo mais belo do que o espírito de entrega, de amor pelos outros, de sacrifício, da oração, do que ser outro Cristo no meio dos homens?

Assim sendo, passo a referir, dentro dos meus parcos conhecimentos, mas de uma enorme admiração pelo ministério sacerdotal, algumas ideias que possam ilustrar em poucas palavras esta vocação que se reveste de uma dignidade e de uma grandeza que nada na terra a supera.

O sacerdócio, segundo os ensinamentos de São Josemaria, leva a servir a Deus num estado que, em si mesmo, não é melhor nem pior do que os outros. É diferente. Consiste em dedicar todas as horas do dia, que sempre serão poucas, porque é preciso estudar constantemente a ciência de Deus, orientar espiritualmente tantas almas, ouvir muitas confissões, pregar incansavelmente e rezar muito, muito com o coração posto no Sacrário, onde está realmente presente Aquele que os escolheu, para serem seus, numa maravilhosa entrega cheia de alegria, inclusivamente no meio de contrariedades, que a nenhuma criatura faltam… O que há de melhor no ministério sacerdotal é procurar que todos os crentes se aproximem mais de Jesus, cada vez com mais pureza, humildade e veneração. “Adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás”.

É de justiça que os sacerdotes se vejam, já aqui na terra, rodeados pela amizade, pela ajuda e o carinho de muitos cristãos. E, quando chegar o momento de se apresentarem diante de Deus, Jesus irá ao seu encontro para glorificar eternamente aqueles que, no tempo, atuaram em seu nome e na sua Pessoa, derramando com generosidade as graças de que eram administradores.

Foi com muita emoção que acompanhei a celebração da Santa Missa. Pela minha mente passaram imagens de muitos sacerdotes que, pelo mundo inteiro, constituem uma luz para os fiéis e não só, são o sal da terra, ajudam a ultrapassar as dificuldades e os maus momentos vivenciados, ajudando-nos a seguir em frente.

Torna-se necessário superar as dificuldades, olhando a vida com visão de futuro, dado que as dificuldades não nos podem condicionar; temos de possuir confiança em nós, gerir as emoções enfrentando-as de forma a afogar o mal em abundância de bem, fazendo render os nossos talentos. Deus tem um projeto para cada um de nós pelo que importa colocar entusiasmo e confiança em Deus, para realizarmos as nossas tarefas. Ao darmo-nos aos outros, estamos a realizar-nos enquanto pessoas, contando com a ajuda de Deus e tendo em conta a Sua vontade.

O ponto n.1 do livro Caminho, de S. Josemaria, refere: “Que a tua vida não seja estéril. Sê útil. Deixa rasto. Ilumina, com o resplendor da tua fé e do teu amor. (…) E incendeia todos os caminhos da Terra com o fogo de Cristo que levas no coração”.

Foi na realidade muito bonito observar o ambiente de respeito, de admiração, mas também de amizade e de afeto, demonstrado em particular pelos seus pais, que emocionados e ‘orgulhosos’, tinham sabido acolher a enorme bênção que lhes fora concedida. Ter um filho padre. Durante a cerimónia o celebrante referiu que em momento algum se tinha arrependido de ser sacerdote, e que o exercício do seu ministério tinha-lhe permitido conhecer muitas pessoas boas.

Concluo referindo que a santidade é a plenitude da caridade e que todos a ela estamos chamados. Todos os cristãos podem e devem ser, não já, alter Christus mas ipse Christus.

Maria Helena Paes






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