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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Brincadeira inofensiva? Estratégia comercial? Ou regresso ao paganismo?


(Halloween é uma festa que se celebra na noite de 31 de outubro e quer ser uma referência a tradições da cultura céltica e anglo-saxónica, que entraram em contacto e foram influenciadas pela mensagem cristã e pela sua cultura. Com efeito, o termo Halloween ou Hallowe´en (de All-hallows´-Eve) significa literalmente “ Vigília de Todos os Santos” (ou Vigília dos Santos), mas hoje quem a celebra, em vez de dispor o seu coração para festejar os Santos, pessoas positivas e exemplares que viveram realmente nesta terra, prefere festejar um imaginário Jack-o´-lantern representado por uma abóbora vazia iluminada por dentro, ou uns fantasmas fantasiosos e foliões, monstros imaginários, bruxas e vampiros, ao oculto e ao mal. Atualmente, o Halloween é uma festa importante para os satânicos e corresponde à vigília do novo ano segundo o “calendário das bruxas”.

O cristão não pode aceitar tal festa, tal como hoje é proposta, porque está estreitamente ligada a atitudes de superstições e é contrária à autêntica vocação cristã, pela qual «todos os fiéis, seja qual for a sua condição ou estado, são chamados pelo Senhor à perfeição do Pai, cada um por seu caminho». O cristão sabe bem que a morte não tem a última palavra sobre a vida e que a Igreja, na “Festa dos Santos” e na dos “Defuntos”, que vem logo a seguir, é chamada a testemunhar o valor da vida que continua na comunhão dos santos).In: (RELIGIOSIDADE ALTERNATIVA, SEITAS, ESPIRITUALISMO – Desafio cultural, educativo e religioso, da PAULUS Editora)

Com o passar dos tempos, todos temos verificado que estes festejos se vão alastrando, desenvolvendo e contagiando, por todo o lado vão surgindo imagens e outras influências desta moda recentemente importada, comercializada e interiorizada.

Se uns acham delirante, outros nem por isso, e alguns chegam mesmo a estar apreensivos com as influências nefastas que eventualmente poderão vir a revelar-se na menta das crianças que se mascaram e fantasiam com estas imagens aterradoras, diabólicas ou satânicas, como lhes queiram chamar.

Em todas estas representações ritos e lembranças resiste um desejo inconsciente, pagão, de exorcizar o medo à morte, subtraindo a sua angústia. O mito antigo do retorno dos mortos converteu-se hoje em fantasmas ou dráculas com efeitos especiais nos filmes de terror ou outros episódios de semelhante teor.

Que experiência (psicológica, moral ou religiosa) ficará gravada nas crianças e nos jovens que "se divertem" usando disfarces de diabos, bruxas, mortos, monstros, vampiros e demais personagens relacionados principalmente com o mal e o ocultismo, quando até a televisão e o cinema identificam estes disfarces com personagens contrários à moral sã, à fé, aos valores e ao bem?

Muitos sacerdotes exorcistas referem que na prática de seu ministério é grande a contaminação que recebem muitas crianças e jovens ao participarem das aparentemente "inofensivas" brincadeiras desta que constitui, agora, uma festividade puramente pagã. Por isso, recomendam às famílias católicas que evitem tomar parte nessas comemorações e não permitam que seus filhos se caracterizem de bruxos, demónios ou coisas semelhantes e terríficas. Podemos até admitir que a origem do Halloween tenha algo relacionado com o católico, mas festejá-lo da forma mundana como ele é festejado hoje, certamente, constitui muito mais um mal do que propriamente um bem.

Deixando estes problemas aos psicólogos e a quem de responsabilidade educativa possa estar mais atento e preocupado, eu decidi simplesmente consultar algo de referência para me elucidar, na medida em que sobre estas questões só podemos opinar sobre o que ouvimos e vemos, o que não é de todo credível, pois em matéria religiosa temos as fontes às quais devemos ir beber a água viva e não nos deixarmos ficar pelos pântanos que se vão criando à nossa beira.

Assim partilho a minha perplexidade sobre a leveza destas festas/ rituais, que serão certamente levadas em brincadeira na maioria dos casos, mas talvez nelas estejam subjacentes outras realidades ocultas e intencionalmente ocultadas, pois comemorar bruxas, monstros, espíritos e outros malignos não é, nunca foi, prática cristã.

Recordando os ensinamentos de S. Paulo: “Não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares” (Ef 6,12).

“Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demónio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar” (1Pd 5,8). Embora não os vejamos, os espíritos malignos são seres inteligentes que agem tentando perder as almas. Não os vemos, mas sofremos suas investidas.

“As coisas que os pagãos sacrificam, sacrificam-nas a demónios e não a Deus. E eu não quero que tenhais comunhão com os demónios. Não podeis beber ao mesmo tempo o cálice do Senhor e o cálice dos demónios. Não podeis participar ao mesmo tempo da mesa do Senhor e da mesa dos demónios. Ou queremos provocar a ira do Senhor? Acaso somos mais fortes do que ele?” (1 Cor 10,19-22).

“Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma” (1Cor 6,12).

Maria Susana Mexia



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