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domingo, 15 de outubro de 2017

O Atleta de Deus

Nascido em Wadowicw, na Polónia, a 18 de Maio de 1920, no seio de uma família modesta e católica, Karol Wojtyla subiu à cadeira de S. Pedro em 1978 com apenas 58 anos. A sua eleição foi uma autêntica revolução na medida em que foi o primeiro Papa não italiano em 445 anos e o mais novo Sumo Pontífice do século XX.

Um Papa polaco no meio da Guerra Fria suscitou algumas apreensões ou perplexidades, mas ao longo dos seus 26 anos de papado, revelou bem como toda a sua vida foi entregue ao serviço de Deus, não apenas como líder espiritual mas também como uma personagem activa no mundo político e diplomático e um agente de mudança. Lutou contra o comunismo, falou contra a guerra no Iraque, estendeu a mão a outras religiões e foi o primeiro Papa a discursar numa igreja protestante, a entrar numa mesquita, numa sinagoga e a visitar o memorial do Holocausto.

No seu primeiro sermão como Papa, onde falou em 12 línguas, apelou para que as divisões políticas, económicas e culturais da Europa fossem para sempre quebradas. Em 1979, visitou a sua terra natal e falou de dignidade e de liberdade. “Não tenham medo”, pediu João Paulo II aos seus concidadãos incitando-os a aderir ao movimento de Lech Walesa. A sua visita desencadeou uma série de manifestações contra o comunismo que governava a Polónia e a criação do Partido Solidariedade, o primeiro movimento independente no bloco soviético. As suas preces de uma Europa unida foram ouvidas e em 1998 o muro de Berlim caiu de forma espantosa.

São João Paulo II foi o Papa da passagem do milénio, com um sentido profundo da História e do tempo como lugares de salvação. Vindo do Leste, dum país mártir ao longo da história, viveu o drama e os horrores da guerra e lembrou ao mundo que quando a civilização se afasta da verdade transcendente e perene acerca do homem, da sua dignidade, do seu destino eterno, Jesus Cristo contínua a ser a Palavra decisiva da História e o caminho de esperança e da salvação. 

Abraçou o mundo e nesse abraço todos os homens, credos e religiões descobriram-se amados por Deus.

A 2 de Abril de 2005, partiu para o Céu, em 19 de Dezembro de 2009, foi proclamado "Venerável" e em 1 de Maio de 2011, proclamado Beato, na Praça de São Pedro no Vaticano, pelo seu sucessor, o Papa Bento XVI. Em 27 de Abril de 2014, numa cerimónia inédita presidida pelo Papa Francisco, e com a presença do Papa Emérito Bento XVI, foi declarado Santo. 

O Santuário de Fátima vai acolher uma relíquia de São João Paulo II, por ocasião da sua memória litúrgica que é assinalada no dia 22 de Outubro. 

Maria Susana Mexia





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