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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Um jejum contra a violência e as fotos do purgatório dentro da igreja


quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

(foto reproduzida daqui)
O Papa Francisco convocou para esta sexta-feira, dia 23, um jejum pela paz e, em especial, pelas populações da República Democrática do Congo e do Sudão do Sul, tendo em conta a “trágica continuação de situações de conflito em diversas partes do mundo”.

Ao convidar os crentes (incluindo “os irmãos e irmãs não católicos e não cristãos” com as “modalidades que considerarem mais oportunas”) para um dia de “oração e jejum”, o Papa acrescentou que cada pessoa se deve perguntar, na sua própria consciência: “O que posso eu fazer pela paz?” E acrescentou: “Certamente podemos rezar; mas não só. Cada um pode dizer concretamente ‘não’ à violência naquilo que depender dele ou dela. Porque as vitórias obtidas com a violência são falsas vitórias; enquanto trabalhar pela paz faz bem a todos!”

Na sua mensagem para a Quaresma deste ano, o Papa explica precisamente o sentido do jejum, relacionando-o com o fim da violência: “o jejum tira força à nossa violência, desarma-nos, constituindo uma importante ocasião de crescimento. Por um lado, permite-nos experimentar o que sentem quantos não possuem sequer o mínimo necessário, provando dia a dia as mordeduras da fome. Por outro, expressa a condição do nosso espírito, faminto de bondade e sedento da vida de Deus. O jejum desperta-nos, torna-nos mais atentos a Deus e ao próximo, reanima a vontade de obedecer a Deus, o único que sacia a nossa fome.”

Como proposta de oração para este dia de jejum, a Cáritas Portuguesa convidou um conjunto de instituições e movimentos católicos a redigir uma Via-Sacra que servisse de meditação para este dia. “Esta iniciativa resultou, primeiro, num gesto simbólico de união entre aqueles que têm por missão a evangelização e a erradicar a pobreza; segundo, num texto com um alinhamento diversificado que vive da identidade de cada uma destas organizações.” O texto está disponível aqui.

A propósito da violência que não se limita às guerras declaradas, merece também referência a iniciativa da Igreja Católica que, nas Filipinas, juntou aos objectivos de uma tradicional Marcha pela Vida a luta contra os assassinatos suspeitos, a declaração da lei marcial no sul do país ou a ideia de restabelecer a pena de morte. Numa semana em que assistimos a um dos mais graves massacres na guerra da Síria e a umnovo massacre de jovens numa escola dos Estados Unidos, vale a pena reparar na forma como os católicos de um país se mobilizam contra a instalação de uma “cultura de violência”, como referiu o bispo Broderick Pabillo.

Uma forma de alertar consciências contra outras violências que a Europa está a infligir a muitas pessoas que no continente buscam refúgio, é aquela que propõe a paróquia da Vera-Cruz, em Aveiro: até 4 de Março, dentro da igreja paroquial, os fiéis e muitos visitantes que ali entram serão surpreendidos pelas fotografias de Ricardo Lopes feitas em campos de refugiados.

Grécia: o Purgatório Europeu, pretende mostrar “rostos, a preto e branco, cenas do quotidiano do sofrimento de quem é esquecido”. E os objectivos, como explica o pároco, padre João Alves, são mesmo o de “incomodar quem ali está ou passa, ajudar à relação entre a Eucaristia e a caridade, porque este ano é dedicado à caridade, e percebermos que a paróquia tem uma fraca sensibilidade sócio-caritativa da comunidade celebrante”. Uma reflexão mais para este tempo, como se pode ler nesta notícia.




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